Febre entre adultos, crianças e adolescentes da periferia em todo o Recife e Região Metropolitana, as armas de gel se tornaram uma polêmica e o debate sobre o uso desses equipamentos migrou para o interior do estado.
Em Caruaru, chegou até a Câmara Municipal um projeto de lei para proibir a fabricação, comercialização e distribuição gratuita de dispositivos que possam ser associados a armas de fogo, incluindo armas simuladas que disparem bolinhas de gel, luz, laser, emitam sons ou projetem qualquer substância.
“Essa medida busca garantir a segurança pública, proteger a integridade física e emocional dos cidadãos e promover a conscientização sobre os riscos associados a esses simulacros de armas de fogo, especialmente entre crianças e jovens, conforme os princípios estabelecidos na Lei Orgânica do Município de Caruaru”, diz o texto da matéria.
Chama atenção que tanto a nível municipal, quanto estadual, o debate sobre a proibição tem sido provocado pelo Legislativo, enquanto que em Caruaru, o prefeito da cidade, Rodrigo Pinheiro (PSDB), se antecipou e preferiu enviar o projeto diretamente através do Poder Executivo.
Em Pernambuco, num período de aproximadamente 10 dias, a Polícia Militar registrou 110 ocorrências envolvendo o uso dessas armas de gel e a unidade de saúde que é referência oftalmológica no Recife, a Fundação Altino Ventura, realizou 67 atendimentos a pessoas que foram atingidas nos olhos, causando ferimentos oculares.
Na Assembleia Legislativa, dois deputados estaduais propuseram a mesma proibição em todo o estado: William Brigido (Republicanos) e Romero Albuquerque (UB). Entretanto, em nota, a Alepe afirmou que as propostas só serão analisadas quando forem protocoladas na forma regimental, a partir do próximo ano, já que o prazo para apresentação de novos projetos por parte dos deputados encerrou em 30 de novembro.
“Como determina o regimento interno, novos projetos de lei só poderão ser apresentados a partir de 1º de fevereiro de 2025, quando as Sessões Legislativas Ordinárias serão retomadas”, afirmou a Casa.
Em Caruaru, a proposta enviada por Rodrigo não teve regime de urgência. Mesmo assim, a matéria deve ser apreciada antes do início do recesso parlamentar.