Ex-deputada estadual por cinco mandatos consecutivos, a senadora Teresa Leitão (PT) avaliou o comportamento da bancada petista na Assembleia Legislativa de Pernambuco. A votação das faixas salariais marcou um novo momento para o PT, que oficialmente é oposição, mas tem se alinhado cada vez mais ao Governo.

Nessa votação em específico, Doriel Barros, João Paulo Lima e Rosa Amorim seguiram religiosamente todas as orientações da liderança governista. Teresa defendeu os correligionários, afirmando que o partido tinha feito uma reunião da bancada e decidiu os votos, negando que eles tenham seguido as indicações do Palácio. Sem citar Alberto Feitosa (PL), que vinha liderando as mobilizações em relação à pauta, Teresa ainda disse que a tentativa de polemizar o debate poderia prejudicar a categoria.

“Não vejo nisso um adesismo, de forma nenhuma. A bancada continua fazendo oposição à governadora, mas isso não significa que vá ser uma oposição sistemática do ponto de vista dos projetos. Inclusive, muita gente de governo e de oposição se misturou nessa votação. Como o próprio deputado João Paulo disse, da parte dos deputados da base de Bolsonaro, houve e está havendo, sob a condução de um deputado mais maduro, este direcionamento de polemizar. Como eles chamam, demarcar campo. E a gente ‘podia’ até prejudicar a tropa”, avaliou Teresa.

A senadora reforçou que, do ponto de vista político, tudo permanece como sempre foi. “Nós somos oposição a Raquel, o partido dela é uma oposição a Lula. Se hoje há gestos da parte de Lula, da parte dela, inclusive, diferente do início do governo, […] é uma relação institucional que não vai prejudicar o povo por conta de posicionamentos políticos. Posicionamentos políticos, ideológicos, a gente resolve na eleição. O povo quer saber de benefícios, quer saber de propostas, quer saber de projetos, quer saber de melhoria na qualidade de vida”, completou.