Por Rodrigo Pinheiro*

“Estimado povo de Deus e de Caruaru, a Mãe das Dores, padroeira de nossa cidade, nos ensina, com docilidade e fé, a enfrentar todo o sofrimento cotidiano por causa de um propósito maior: Suas sete dores são lições inestimáveis de vida.

Vejamos:
1 – Simeão profetizou a espada que transpassaria seu imaculado coração, mas ela não recusou sua missão de Mãe de Deus, da humanidade e de nossa abençoada Caruaru.
Da mesma forma, todo conterrâneo que ama esta cidade, batalha, diuturnamente, para melhorar sua qualidade de vida e a de todos os seus.

2 – A dor de deixar a sua terra, fugindo para o Egito, já foi sentida por muitos caruaruenses que, há tempos atrás, não tinham oportunidades de estudos e de trabalho na capital do Agreste.
Hoje, Caruaru desponta como “terra prometida” para muitos cidadãos de outros municípios e, com a Graça de Deus, faremos ela crescer ainda mais.

3 – Apesar de seu filho estar à vontade, na casa de Seu Pai, ensinando a Sua Palavra, Nossa Mãe Santíssima sentiu a dor ao perceber que Jesus não estava com ela. Dor que muitas mães, dia após dia, sentem com medo de “perder” seus filhos para as drogas, para a violência, para a falta de perspectivas.
Mães de Caruaru, fiquem tranquilas! A educação de seus filhos foi planejada e é executada para que eles tenham condições de evoluir constantemente, rumo a uma vida melhor para todos vocês. E, um dia, quem sabe, eles possam voltar a essas salas ensinando às próximas gerações.

4 – Encontrar o filho sofrendo, como Maria, que olhou no profundo dos olhos de Jesus machucado rumo ao Calvário, é uma dor que o coração materno não consegue suportar.
Por isso, a saúde é prioridade em Caruaru, pois toda mãe, pai, todo filho e filha têm o direito de atenção básica de qualidade, enfrentando os males do corpo de forma mais imediata e eficaz.

5 – Aos pés da Cruz, Maria sentia a dor de ver Jesus sofrer por uma culpa que não era dele. Ele estava lá por nossas transgressões!
Em nossa administração, desvios de conduta, especialmente com relação ao uso do dinheiro dos pagadores de impostos – vocês, contribuintes – é punido com o rigor adequado, independentemente de quem o pratica.

6 – Ao receber o corpo de seu filho morto, naquele último abraço, a Mãe do Céu sentia a dor da saudade, a dor da ausência de seu amor: o amor que não foi amado.
Muitos pais e mães idosos sofrem do mal da solidão, do esquecimento, do abandono, apesar de terem entregado toda a sua vida por seus filhos. Caruaru respeita e agradece todo o esforço empreendido e busca recompensar cuidando dos nossos idosos: nossos tesouros de sabedoria.

7 – Por fim, a dor final de Nossa Senhora é a dor maior, mas é a dor que sustenta nossa Fé! Quando sepultaram Jesus sob o peso daquela rocha, não se imaginava que, em três dias, ela rolaria.
Sem o sepultamento, não há ressurreição, e “Sem a ressurreição, é vã a nossa Fé”, como diz São Paulo.
Numa homilia recente, Dom Ruy nos exortou que “não é possível subir o Monte Tabôr com Jesus se não subirmos também, com ele, o Monte Calvário”. Quer dizer, não é possível contemplar a Glória de Deus se não abraçarmos as nossas cruzes com o Cristo.
O nosso monte não é Tabôr, mas a fé do povo de Caruaru batizou o Monte de Bom Jesus.

Que o Bom Jesus, o Bom Pastor, o filho da Rainha, nos conceda a graça de cuidar das pessoas. Que a nós, que cuidamos da cidade, conceda o discernimento, a determinação e a proteção para enfrentar os obstáculos terrenos e as oposições oportunistas, a fim de transformar a vida terrena de cada caruaruense, como temos feito, diminuindo o fardo de suas cruzes e ajudando a carregá-las.

Todos nós, caruaruenses, somos filhos amados da Mãe das Dores!
Que ela interceda junto a seu Filho para que saibamos agir, a cada instante, com sabedoria e fé para fazer a vontade do Pai Eterno na vida dessas pessoas.

Rogai por nós, Santa mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo.”

*Prefeito de Caruaru