A Assembleia Legislativa de Pernambuco aprovou ontem (15), o nome de Carlos Porto Filho para o cargo de diretor-presidente da Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe).

Apesar de já ser concursado do estado, ou seja, um servidor público de carreira com capacidade técnica para a função, a indicação dele foi feita pela governadora Raquel Lyra (PSDB) e precisava do aval dos deputados. Mais cedo, durante a manhã de ontem, o administrador público já tinha passado por uma sabatina nas comissões.

É o segundo integrante da família do presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto (PSDB), que passa pela chancela da Casa para ocupar um cargo que precisa de indicação política. Em maio, o outro sobrinho de Álvaro e irmão de Carlos Porto Filho, foi nomeado para assumir o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. A vaga ocupada pelo advogado Eduardo Porto, foi aberta depois da antecipação de aposentadoria do pai dele, o então conselheiro Carlos Porto, que vem a ser irmão do presidente da Alepe.

Durante o recesso parlamentar, a governadora Raquel Lyra montou uma verdadeira operação de guerra para melhorar a relação com o Poder Legislativo, fazendo diversos acenos para atender à classe política e chamando um a um dos deputados para conversas individuais. 

Apesar de ser do mesmo partido de Raquel, Álvaro Porto encontrou dificuldades no alinhamento político com a tucana e vinha numa série de tensionamento e provocações ao Palácio do Campo das Princesas. Recentemente, ele começou a evitar críticas e acompanhar a governadora em diversos eventos, com direito a chegadas lado a lado em agendas oficiais do governo. 

A Arpe, agência que será comandada por Carlos Porto Filho, tem a função de regular, fiscalizar e zelar pela qualidade dos serviços públicos como energia elétrica, gás natural canalizado, além de água e esgoto. O fato de Álvaro Porto ter conseguido emplacar mais um sobrinho num cargo de indicação, só reforça que, apesar do início de um alinhamento com o Executivo, o presidente da Casa não deixará de ter a força política construída até aqui, com o intuito de manter a independência dessa legislatura.

Carlos Porto Filho aguarda a volta da governadora Raquel Lyra, que está em viagem a Brasília, para que sua nomeação seja sancionada e publicada no Diário Oficial do Estado.