O presidente do Partido dos Trabalhadores em Pernambuco, Doriel Barros, conversou com o Blog Cenário sobre as movimentações da legenda com vistas em 2024. O PT tem como prioridades os quatro municípios que comanda no estado: Serra Talhada, Tacaimbó, Granito e Águas Belas.

“Não dá para a gente aceitar o PT,
sendo um dos maiores partidos, um partido que está organizado na maioria dos municípios, só ter quatro prefeitos e uma quantidade pequena de vereadores”, avaliou.

A legenda iniciou as plenárias para definir os próximos passos. As reuniões já aconteceram nas Regiões Metropolitana e Mata Sul. Neste sábado (20) os filiados do Agreste Central se reúnem no Assentamento Normandia, em Caruaru.

E falando na Capital do Agreste, corre nos bastidores que o prefeito do município, Rodrigo Pinheiro (PSDB), pode seguir para o PV de Clodoaldo Magalhães, que está inserido na federação com PT e PCdoB. O gestor também tem feito gestos ao senador Humberto Costa (PT). Mas, para o presidente do Partido dos Trabalhadores, a sigla terá candidatura própria na cidade.

“O prefeito é o candidato da governadora, né?! Então nós vamos construir o nosso candidato ou a nossa candidata em Caruaru. Tem nomes que se apresentam e a gente escuta. Claro que o PT não definiu, mas tem Leo Bulhões, que se apresenta como um nome para disputar a eleição; tem a nossa deputada Rosa Amorim, que é de Caruaru, também um quadro importante que ganhou as últimas eleições; além de outras referências importantes. Então, nós temos nomes do próprio PT, sem precisar que a gente traga alguém para disputar a eleição”, disparou.

Já sobre Recife, Doriel afirmou que o fato de compor a base do prefeito João Campos (PSB) na Casa de José Mariano e integrar a gestão com duas secretarias, não significa um apoio para o próximo pleito.

“Hoje nós estamos na base do prefeito João. Isso ainda não quer dizer que o PT vai estar com João Campos na eleição de 2024. É evidente que há um diálogo em curso, a nossa ida para o governo é resultado do que a gente vem construindo na aliança nacional. Então o PT vai debater no momento oportuno, como vai ser a nossa participação aqui no Recife: se nós vamos construir aliança com o prefeito João, se o PT vai com a candidatura própria”, afirmou.

Oposição na Alepe
Como não é surpresa para ninguém, Doriel ainda afirmou que o PT deve se manifestar pela oposição ao governo Raquel Lyra. Atualmente a legenda ocupa a independência junto com a federação. A decisão do PT deve sair em junho para depois levar a discussão para o PV e PCdoB definirem em conjunto. Apesar disso, o presidente do partido disse que o objetivo é ajudar, jamais atrapalhar o governo estadual.

“Na situação, eu acho difícil o PT caminhar nessa direção, até porque você tem um conjunto de forças que está na articulação com Raquel, que é um conjunto de forças que tem uma posição muito clara em relação ao PT, como o PP, o PL, mas independente da posição que a gente tomar, se for para o campo da oposição, queremos manter o diálogo com a governadora. Da nossa parte não vai ter nenhum momento de impedir que as ações do governo Lula venham para Pernambuco”, garantiu, contando que veio de Brasília, recentemente, com a missão de discutir pessoalmente com o Estado ações como programas voltados ao setor produtivo.