Pensar as cidades para os mais velhos

Opinião
Publicado por Américo Rodrigo
6 de setembro de 2022 às 08h00min
Foto: Divulgação

Por Jorge Quintino*

A minha candidatura à Câmara Federal por Pernambuco é um compromisso com todos pelo Brasil. Quero destacar em especial a questão do envelhecimento. O envelhecimento da população brasileira tem que ser tratado como uma questão de saúde pública. O que estamos vendo é uma das mais importantes tendências demográficas que, além de transformar as economias e sociedades urbanas em todo o País, deve mudar a forma de relacionamento entre o desenvolvimento e a operação das cidades, com o aumento da nossa população idosa.

Dependendo da maneira como essa questão for tratada, ao invés de trazer dividendos positivos, a longevidade pode se tornar um problema para os governantes. É disso que quero tratar no Congresso Nacional, como deputado federal.

É necessário que as pessoas possam envelhecer ativas e saudáveis. E criar as condições para que isso ocorra nas cidades não é simplesmente uma questão de saúde ou de cuidado com os idosos. É, sobretudo, enfrentar o envelhecimento na exata medida e em todas as políticas, serviços, ambientes urbanos e estruturas das cidades.

A escala mundial desse problema foi definida em números pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 2020. Até o final desta década, o número de pessoas com 60 anos ou mais será 34% maior do que em 2020, atingindo a marca de 1,4 bilhão. Em 2050, a população global de idosos terá mais que dobrado, e haverá duas vezes mais pessoas com mais de 60 anos do que crianças com menos de 5 anos.

O número de pessoas com mais de 60 anos está aumentando mais rapidamente nos países em desenvolvimento, saindo de 652 milhões, em 2017, para 1,7 bilhão em 2050, enquanto os países desenvolvidos vivenciarão um aumento de 310 milhões de pessoas para 427 milhões. O número de pessoas idosas está crescendo mais rapidamente na África, seguido pela América Latina, Caribe e Ásia. As projeções da ONU indicam que quase 80% da população idosa do mundo viverá em países menos desenvolvidos em 2050.

Preparar cidades para os idosos é um desafio crítico e urgente. Mas é, sobretudo uma questão de compromisso político. Eu quero ajudar a pensar e agir por cidades melhores para os idosos. Existe a necessidade de considerar ambientes amigáveis aos idosos que incorporem tanto dimensões físicas e sociopolíticas quanto a inter-relação entre esses dois aspectos. Dessa forma, devem ser incluídos na conceituação proposta dos domínios físicos, como habitação, transporte e mobilidade, e os espaços públicos ao ar livre, assim como os aspectos sociopolíticos, que envolvem participação política e cívica, redes sociais, inclusão dos mais velhos no mundo digital, respeito e reconhecimento pelos que já deram tanto das suas vidas ao Brasil.

*Candidato a deputado federal por Pernambuco

Américo Rodrigo

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