Coluna da segunda-feira
O retorno do deputado João Paulo ao Partido dos Trabalhadores não se trata apenas de uma identidade política com a sigla que ele ajudou a construir na década de 80, mas principalmente da sobrevivência dela. Prestes a esbarrar na cláusula de barreira em 2022, o PCdoB atualmente não oferece nenhuma garantia para que o parlamentar tenha uma reeleição segura na Alepe, nem muito menos estrutura para voos mais altos, como uma cadeira na Câmara Federal ou no Senado.
As tratativas para que o deputado retorne ao seu partido de origem estão bem avançadas. Em uma rápida conversa com o Blog Cenário, João Paulo reafirmou as informações trazidas pelo portal da Folha de S. Paulo, de que tem mantido diálogo com lideranças nacionais e estaduais do PT, a exemplo de Lula, Gleisi Hoffman, Humberto Costa e Doriel Barros, para alinhar sua volta. A decisão também já foi informada ao deputado federal Renildo Calheiros (PCdoB) e a militantes da sigla comunista.
A movimentação realizada pelo ex-prefeito do Recife já vinha sendo especulada há algumas semanas, desde que o ex-presidente Lula se tornou elegível e passou a ser cotado para disputar mais uma vez o Palácio do Planalto. De acordo com o futuro petista, seu retorno à legenda não está ligado a alguma participação na majoritária, mas, nos bastidores, o que se comenta é que ele poderia ser uma opção para a tão concorrida vaga no Senado, caso a aliança com o PSB seja confirmada.
Mesmo não possuindo a mesma força que tinha ao deixar a Prefeitura do Recife, em dezembro de 2008, João Paulo tem o apoio de uma parcela de militantes da esquerda e de recifenses que foram beneficiados em suas exitosas gestões. Atualmente, o PT em Pernambuco conta com um senador, dois deputados federais e três estaduais. O retorno do parlamentar deve ser positivo para os dois lados, levando em consideração que a possibilidade da volta das coligações em 2022 é quase nula e será necessário a montagem de uma chapa competitiva para obter um resultado positivo.
Aproximação – Com o argumento da construção de uma frente anti-Bolsonaro em Caruaru, o analista político Arnaldo Dantas foi à mesa com o deputado federal Wolney Queiroz (PDT). Ele promete dialogar com outras lideranças da cidade, que também não comungam com as mesmas ideias do presidente. Arnaldo é irmão da vereadora Perpétua Dantas (PSDB).
Surpresa – O encontro entre o membro da família Dantas e o deputado Wolney Queiroz (PDT) causou espanto, já que os dois não se bicam. Além de um crítico ferrenho da última gestão do ex-prefeito de Caruaru, José Queiroz (PDT), no quesito educação, Arnaldo votou na prefeita Raquel Lyra (PSDB), principal adversária dos pedetistas no município.
Ampliando as bases – Com uma forte atuação na capital pernambucana, o deputado federal Felipe Carreras (PSB) tem atuado para ampliar suas relações no interior do estado. Ele cumpriu dois dias de intensas agendas em Garanhuns, ao lado do prefeito Sivaldo Albino (PSB), onde também anunciou uma série de recursos para o município.
Crédito – O presidente Jair Bolsonaro deve sancionar, nesta segunda-feira (03), o projeto que cria o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (PERSE), que visa oferecer condições para que o setor de eventos possa amenizar as perdas em razão da pandemia do novo coronavírus. O PL é de autoria do deputado pernambucano, Felipe Carreras (PSB), que não tem medido esforços para sua efetivação.
Tom de ameaça – Em mais uma sinalização para os aliados, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL) usou uma rede social para relatar que o fato do presidente de El Salvador, Nayib Bukele, ter a maioria de parlamentares na sua base de apoio, fez o Congresso destituir todos os ministros da suprema corte por suposta interferência no Executivo. A mensagem foi interpretado como uma ameaça ao STF.