Cenário Político: prova de fogo

Cenário Político
Publicado por Américo Rodrigo
1 de fevereiro de 2021 às 00h00min
Foto: Maryanna Oliveira

Coluna da segunda-feira

Atual presidente da Câmara Federal, o deputado Rodrigo Maia (DEM) tem ironizado as projeções que dão vitória a Arthur Lira (PL) hoje (1º). Desde a última sexta-feira (29), o democrata sustenta a ideia de que Baleia Rossi (MDB) vencerá o candidato do Planalto na disputa pela presidência da Casa Baixa. O embate ganhou uma atenção especial por influenciar diretamente nos rumos do governo Bolsonaro.

O bloco liderado por Lira aposta em traições para alcançar os 257 votos e vencer no 1º turno. Já o grupo encabeçado por Rossi também acredita em traições, forçando um 2º turno. Apesar de ser presencial, a votação é secreta. Em meio à eleição do Congresso, o Governo Federal destinou R$ 3 bilhões para 250 deputados e 35 senadores aplicarem em seus redutos eleitorais. O responsável pela negociação foi o ministro Luiz Eduardo Ramos.

Rodrigo Maia era candidato natural à reeleição, mas uma decisão do STF impediu que o plano fosse adiante, transformando ele no principal articulador da campanha de Baleia Rossi. Se as previsões estiverem erradas e Lira for derrotado, o mérito será todo de Maia; mas se o resultado for o oposto, o vexame também será dele. Não pela derrota de Baleia, mas pelo blefe dos últimos dias.

Enfraquecimento – Após horas de reunião em Brasília, o DEM resolveu adotar neutralidade na disputa pela presidência da Câmara. O movimento é um duro golpe no deputado Rodrigo Maia (DEM), fiador da candidatura de Baleia Rossi (MDB). Apenas oito dos 29 deputados da legenda tinham declarado apoio ao emedebista. Arthur Lira (PP) será o maior beneficiado dessa decisão.

Avulsos – Mesmo com as candidaturas de Alexandre Frota (PSDB), Luiza Erundina (PSOL), André Janones (Avante), Fábio Ramalho (MDB), Marcel Van Haten (Novo), Capitão Augusto (PL) e General Peternelli (PSL), que também estão na disputa pela presidência da Câmara, a possibilidade de um 2º turno é muito pequena, já que esses nomes não agregam apoios de partidos e parlamentares.

Impossibilitado – Caso Arthur Lira (PP) consagre vitória sobre Baleia Rossi (MDB) nesta segunda-feira (1º), ele não poderá exercer a Presidência da República em caso de ausência de Jair Bolsonaro e do vice Hamilton Mourão (PRTB). Isso porque Lira é réu por corrupção, e o Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu que réus na linha sucessória não podem assumir a Presidência.

Impeachment – Em entrevista concedida à jornalista Andréia Sadi, o deputado Baleia Rossi (MDB) afirmou que não deixará de analisar boa parte dos processos de impeachment que já foram protocolados na Câmara Federal. Esse é um compromisso do candidato com os partidos de oposição que o apoiam na disputa.

Defesa – Após ser bastante criticado por ter sido flagrado no Maracanã assistindo a final da Libertadores, o prefeito de São Paulo Bruno Covas (PSDB) classificou os comentários como “lacração” e defendeu sua ida ao estádio. A questão é que a capital paulista está na fase vermelha, onde o comércio está fechado e só funcionam os serviços considerados essenciais. O bom exemplo deve vir justamente dos gestores, mas não foi o caso.

Américo Rodrigo

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