As ações implantadas para conter o avanço da Covid-19 em Caruaru têm sido um dos pontos altos da gestão Raquel Lyra (PSDB). Mesmo tendo começado a agir tardiamente em relação à primeira suspeita no estado – uma caruaruense de 51 anos -, a tucana segue habilidosamente liderando seu time de secretários que, de forma integrada, vêm adotando novas medidas preventivas para diminuir a propagação da doença em Caruaru.
Em seu primeiro decreto, publicado há apenas duas semanas, a prefeita determinou que as aulas fossem suspensas, e eventos com mais de 100 pessoas também foram proibidos. Posteriormente, esse número diminuiu para 50 e por fim, 10 pessoas. Ao longo dos dias, calçadas, lixeiras, postes, bancos de praça e pontos de ônibus da cidade começaram a ser desinfetados, e barreiras sanitárias foram instaladas nas entradas do município.
Outras ações mais energéticas também foram tomadas, como a suspensão da Feira da Sulanca por tempo indeterminado e o fechamento do comércio. Este último têm tirado o sossego da gestão. Realizando “buzinaços” pelas principais ruas da cidade, empresários e comerciantes têm se reunido em pequenos grupos para pressionar a prefeita a voltar atrás da decisão, mas a gestora garante que tem seguido as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), do Ministério da Saúde e do Governo do Estado, e reforçou sua comunicação institucional para que a população se mantenha em isolamento voluntário, afirmando que haverá consequências para aqueles que insistirem em abrir os estabelecimentos.
Devido à pandemia, alguns municípios já anunciaram o adiamento das festividades de São João, como é o caso de Campina Grande, Petrolina e Santa Cruz do Capibaribe, e a falta de definição sobre o principal evento do calendário cultural de Caruaru tem sido motivo de questionamentos.
Mesmo sendo uma festa que reúne milhares de pessoas e movimenta a economia da cidade, considerando as previsões de especialistas sobre a evolução da Covid-19, o mais provável, e óbvio, é que o São João de Caruaru seja suspenso, mas é preciso ter cautela e levar em conta as consequências que isso pode causar, e estudar como superá-las. Em uma entrevista coletiva pela internet, realizada neste fim de semana, a prefeita foi firme ao dizer que vai se posicionar sobre o assunto no momento certo.
Apoiadores e opositores concordam que Raquel tem conduzido bem esse momento difícil e acreditam que após essa grave crise, a gestora saíra mais forte e bem aprovada, sendo um páreo duro durante o período eleitoral, que até então continua marcado para outubro deste ano.
Solidariedade – Em parceria com diversas instituições do município, a Prefeitura de Caruaru anunciou no último sábado (28), uma campanha para arrecadação de alimentos e kits de higiene visando minimizar o impacto da crise econômica causado pelo isolamento social, provocado pelo coronavírus.
Reforço – Visando buscar uma vaga na Câmara de Caruaru, a Major Clarissa ingressou no PSDB durante a última semana. Seu trabalho enquanto PM ganhou visibilidade, durante os quatro anos na coordenação da Patrulha Maria da Penha. Seu desempenho no município pode refletir nas urnas.
Isolado – Políticos, autoridades e até aliados de Jair Bolsonaro não andam nada satisfeitos com as últimas declarações do presidente, que insiste em subestimar a pandemia do coronavírus. Desentendimentos com governadores e com grande parte da imprensa tem feito parte da sua agenda no Palácio do Planalto.
Mal exemplo – Um dia após o ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta reforçar que a população deve parmanecer em isolamento social, Bolsonaro foi dar um passeio pelo comércio de Brasília. Sua presença provocou pequenas aglomerações, contrariando recomendações da OMS.
Remanejamento – Parte do lucro do Baile Municipal de Santa Cruz do Capibaribe será direcionado para o combate ao coronavírus no município. Cerca de 500 cestas básicas serão entregues às famílias que deixaram de desenvolver suas atividades devido ao isolamento social. A outra parte será encaminhada para instituições da cidade.
Fracasso – Empresários de Caruaru realizaram dois “buzinaços” na cidade para protestar contra o fechamento do comércio. Eles vão na contramão do decreto do governador Paulo Câmara (PSB), e de especialistas de saúde que defendem o isolamento. A adesão ao movimento foi fraca, mostrando que mesmo com o impacto econômico, o bom senso prevalece.