
Em conversa com a imprensa na tarde desta terça (3), o deputado estadual Renato Antunes (PL), que tem uma atuação aliada ao Palácio do Campo das Princesas, criticou a tensão que vem se arrastando em relação às votações que estão travadas na Assembleia Legislativa, devido ao movimento da base para tentar pressionar a votação do pedido de empréstimo, no R$ 1,5 bilhão, feito em março.
“Vai terminar o governo levando a culpa, porque o salário do professor não vai ser votado. E até quando vai esvaziar? Ou vota tudo ou não vota nada? Vai ficar nessa até a eleição? E Pernambuco se resume a João e Raquel, para a gente ficar nessa briga, nesse impasse? Não pode”, disse.
Na semana passada, a líder do governo, deputada Socorro Pimentel (UB), emitiu uma nota confirmando que tem orientado o esvaziamento do plenário. Renato classificou essa movimentação como “vergonhosa”, mas também criticou a oposição por – nas palavras dele – não querer votar o empréstimo.
“Não se pode fazer oposição de fígado e eu acho que a oposição esticou a corda demais. Isso aí não é oposição, não é pedido de informação que está impedindo o empréstimo ser votado, é porque não quer votar mesmo. Agora, eu acho que é errado, na minha leitura, o governo entrar nessa linha de estar esvaziando pauta para tentar resolver seus problemas. Não pode! Aí está interferindo na Casa. Cadê a autonomia e independência dos poderes?!”, completou.
Renato Antunes disse que a situação atual parece “briguinha de infância” e defendeu que os faltosos tenham desconto em seus salários. Para Renato, a gestão de Raquel tem sido prejudicada por manobras políticas.
“Quem tem a perder aqui é o povo de Pernambuco. A governadora está num ano que é importante para ela, que é de entregar. Não adiantou nada ela economizar, colocar o Estado na linha como ela colocou e no ano de entrega, ela se ver prejudicada por manobras políticas”, pontuou Antunes.
Ele defendeu que Raquel Lyra pare de investir na atuação da Secretaria da Casa Civil para tentar chegar a um entendimento entre Palácio e Alepe, e ela mesma tome a frente da situação.
“Para de mandar interlocutor. Acho que a Casa Civil desenvolve um papel importante, mas tem hora que o líder tem que chamar. E tem gente que só atende o líder. Então pronto, ela vem aqui, conversa com Álvaro. Álvaro também tem que se dispor ao diálogo; e pronto, acaba com essa palhaçada de estar esvaziando plenário e brincando com o regimento, porque quem perde com isso é povo de Pernambuco”, finalizou.