O senador Humberto Costa (PT) abordou temas centrais da política estadual e nacional em entrevista à Rádio Folha nesta quarta (22). Com declarações contundentes, ele falou sobre a posição referente ao governo Raquel Lyra, a relação com o prefeito João Campos (PSB) e a estratégia do PT para as eleições presidenciais de 2026. Confira os principais trechos:

A oposição do PT ao governo de Raquel Lyra
Humberto Costa reforçou a postura do PT como oposição à governadora Raquel Lyra (PSDB), destacando que qualquer mudança nesse posicionamento depende de um debate amplo dentro do partido.

“Hoje somos oposição. Se alguém quer discutir outra postura, isso precisa ser debatido pela direção estadual. Não cabe a mim ou a qualquer integrante da executiva decidir isso sozinho”.

Ele também destacou que qualquer aliança futura dependerá de um alinhamento político claro: “se houver diálogo, será sobre um compromisso concreto com o projeto nacional do presidente Lula”.

Apoio a João Campos
O senador destacou que o PT continua firme no apoio à gestão de João Campos no Recife, sem priorizar interesses individuais: “nós não pedimos cargos na prefeitura. João Campos teve total liberdade para montar sua equipe, e nós respeitamos isso. Nosso apoio não está baseado em cargos, mas no compromisso com o projeto político que ele representa”.

Humberto também elogiou a atuação do prefeito em áreas prioritárias, como infraestrutura e programas sociais: “João tem mostrado capacidade de liderança e compromisso com a cidade. Ele está cumprindo com o que foi prometido, e é isso que importa”.

Aliança com Raquel Lyra?
Questionado sobre uma possível aliança entre o PT e a governadora Raquel Lyra, Humberto condicionou qualquer diálogo ao apoio explícito ao projeto nacional do partido.

“A reeleição de Lula é prioridade absoluta. Não vamos apoiar nenhuma candidatura que não esteja comprometida com isso. Ao que eu saiba, até o presente momento, quem tem declarado apoio à reeleição do presidente é o atual prefeito de Recife. Não sei se a governadora deve marchar para esse caminho. Eu não sei se a governadora marchar para esse caminho. Se ela marchar, é uma discussão que o presidente precisa fazer”, avaliou.

Ele também indicou que o debate sobre alianças no estado só deve ocorrer mais adiante: “agora é hora de fortalecer o governo federal. As questões locais serão discutidas no momento certo”.

2026: “O plano é Lula”
Quando o tema foi a eleição presidencial, Humberto Costa não deixou dúvidas sobre o posicionamento do PT: “o PT não tem plano B nem plano C. Só tem um plano: o plano L. Lula será nosso candidato à reeleição em 2026. “Segundo ele, o próprio presidente já manifestou desejo de que o senador dispute o Senado por Pernambuco.

“Lula já falou comigo sobre isso, mas o que será decidido depende das articulações políticas. Meu foco está em garantir que o projeto do presidente avance”.

O desafio no Congresso Nacional
Humberto Costa ressaltou a necessidade de fortalecer a base aliada no Congresso para garantir a governabilidade de Lula. “A batalha no Congresso será decisiva. Precisamos eleger parlamentares comprometidos com as pautas do governo para superar as dificuldades impostas pela oposição”.

Ele ainda reforçou que o foco é criar um ambiente político que permita a aprovação de reformas essenciais. “Com uma base sólida, será possível avançar em temas estratégicos como saúde, educação e infraestrutura”, finalizou.