A dois dias da eleição da Mesa Diretora na Alepe, os cenários começam a ficar ainda mais tensos para a disputa pela primeira-secretaria. De um lado, Gustavo Gouveia (SD), que tenta a reeleição e recebeu, nas últimas semanas, um amplo apoio público. Do outro, Francismar Pontes, que abriu dissidência no PSB, bancada que garantiu voto a Gouveia.
Francismar surgiu como candidato através do PP, partido comandado pelo deputado federal Eduardo da Fonte, que na época da antecipação da eleição ameaçou judicializar o caso e, após o resultado do STF, celebrou. Nos bastidores, alguns deputados afirmam que causa estranheza o interesse de Dudu na eleição da Casa, quando nem a governadora Raquel Lyra (PSDB), nem o prefeito do Recife, João Campos (PSB), quiseram interferir. Outro ponto a ser levado em conta é a estratégia de escolher um nome do PSB, maior opositor à governadora, para disputar contra Gustavo, que é aliado de Raquel e conta com a simpatia dela para continuar no cargo.
Apesar de Eduardo da Fonte e os parlamentares que integram a bancada do PP não afirmarem com todas as letras, a entrada de cabeça na eleição da Mesa Diretora tem como pano de fundo a eleição municipal que acabou recentemente e o próximo pleito de 2026. Dudu, que é considerado uma máquina eleitoral, disputou muitas bases com a família Gouveia, que ampliou sua influência não apenas na Região Metropolitana, mas também no interior através da liderança de Marcelo.
Fato é que corrida pela primeira-secretaria se tornou uma meta pessoal do deputado federal, para tentar medir força política com Gustavo e chegar mais forte na próxima eleição. Com o cenário incerto, a única certeza é de que será uma briga de gigantes.