A Base Aérea de Canoas, localizada na região metropolitana de Porto Alegre, passa a contar com até 5 voos comerciais diários a partir de hoje (22). A medida faz parte de um pacote de ações emergenciais tomadas pelo Ministério de Portos e Aeroportos em apoio à reconstrução do Rio Grande do Sul. Entre elas também está a ampliação da malha aérea do estado por meio da aviação regional, depois que o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, ficou alagado, e assim manter o acesso da população aos voos que conectam o estado ao restante do país. Além disso, o setor de aviação já enviou mais de 350 toneladas de donativos, remédios e outros insumos. Os temas foram abordados pelo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, durante participação no programa Bom Dia, Ministro desta quarta.
“A partir de hoje (quarta) estão autorizadas as operações em Canoas, com até 5 voos diários. Então ontem (terça) as companhias aéreas já começaram a vender os bilhetes. Serão 99 voos regionais no interior do estado, mais 35 voos em Canoas. Estamos falando de um montante de 134 voos semanais que nós já teremos no estado, levando pessoas que ainda estão em outros estados, querendo voltar para o Rio Grande do Sul, outras tendo que se deslocar para outros afazeres fora do estado. Além disso, a gente está pegando o Aeroporto de Florianópolis (SC), que tem nos dado um suporte grande, os aeroportos regionais de Santa Catarina, que também tem ajudado a levar passageiros para o estado do Rio Grande do Sul. É um momento desafiador, mas nós estamos trabalhando muito pra fortalecer a aviação regional do estado”, disse o ministro Silvio Costa Filho.
O ministério apresentou no início deste mês uma malha emergencial com 116 voos semanais. Segundo o ministro, com o aumento no número de voos serão atendidos até 6 mil passageiros por semana. A malha emergencial inclui ainda voos nos aeroportos gaúchos de Caxias do Sul, Santo Ângelo, Passo Fundo, Pelotas, Santa Maria e Uruguaiana, além dos aeroportos de Florianópolis e Jaguaruna, em Santa Catarina.
De acordo com o ministro, ainda não existe uma previsão de retorno das operações para o Aeroporto Salgado Filho. “Primeiro a gente está aguardando que a água possa baixar para a gente poder de fato dar uma informação mais detalhada, mais objetiva. No último domingo a água do terminal baixou. A Fraport, que é a concessionaria que administra o aeroporto, ela já começou a fazer um diagnóstico do terminal, para a gente saber a situação das esteiras de bagagens, dos elevadores, de toda a parte de estacionamento, da parte elétrica do terminal, da parte de iluminação. A gente está na expectativa que até sexta ou sábado a água possa baixar, mas a gente só vai poder ter uma leitura mais clara do aeroporto quando a gente tiver a água baixando definitivamente. A princípio o aeroporto está fechado por tempo indeterminado. Qualquer avaliação agora é muito prematura”, explicou.
Silvio Costa Filho afirmou que outra preocupação do Governo Federal é em relação aos preços das passagens aéreas no estado. O ministro solicitou à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) que monitore os preços. “Na última sexta-feira eu liguei pessoalmente para os três presidentes das companhias áreas para explicar o momento desafiador que a gente está vivendo no estado. Fiz um apelo para que eles posam de fato fazer uma moderação no preço da passagem. O governo não pode fazer uma intervenção no preço da passagem, até porque isso é um livre mercado, e a gente tem que respeitar a iniciativa privada. O que a gente tem procurado fazer é uma discussão de sensibilização para que gente não tenha preços exorbitantes ou preços que não condizem com a realidade do que o povo do estado já pagava lá atrás. E nós determinamos à Anac para monitorar diariamente os preços dessas passagens, para que o cidadão brasileiro não possa ser penalizado. Eles têm me colocado que terão solidariedade, vem tendo em relação ao transporte de cargas, mas nós torcemos, esperamos e vamos acompanhar para que não tenham preços abusivos para a sociedade brasileira”, disse o ministro, lembrando que as companhias aéreas já transportaram gratuitamente mais de 350 toneladas de donativos, roupas, água, medicamentos e insumos para o Rio Grande do Sul.