Parlamentares da oposição apresentaram voto em separado na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os ataques às sedes do três Poderes em 8 de janeiro. Eles pedem o indiciamento do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sob acusação dos crimes de destruição do patrimônio público, dano qualificado e prevaricação.
No entendimento dos 16 parlamentares da oposição que assinam o voto em separado (que equivale a um relatório alternativo ou paralelo), houve omissão deliberada de Lula diante das invasões aos prédios públicos, para colher frutos políticos com os ataques.
“A leniência de Lula teve uma contribuição fundamental para permitir a invasão e a destruição do patrimônio público. Se ele tivesse agido, conforme determina o arcabouço de atribuições legais, não [tivesse] abandonado a cidade, impondo, sem tergiversar, a proteção dos prédios públicos federais, em especial o Palácio do Planalto, certamente as invasões não teriam ocorrido ou os danos seriam minimizados”, disse o senador Flávio Bolsonaro (PL).
Flávio Dino e militares
Além de Lula, a oposição pede o indiciamento de mais cinco autoridades, que acusa de atos ilegais e omissões no contexto dos eventos de 8 de janeiro:
- o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino;
- o general Gonçalves Dias, ex-ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
- o ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Saulo Moura;
- o ex-comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) coronel Klepter Rosa Gonçalves;
- e o tenente coronel Paulo José Ferreira de Souza Bezerra, ex-chefe interino do Departamento Operacional da PMDF.
O deputado Delegado Ramagem (PL) acusou os integrantes do governo atual de terem conhecimento prévio das invasões, e o ministro Flávio Dino de sumir com provas dos atos, negando-se a entregar imagens internas do Ministério da Justiça. “Deixaram mil vândalos quebrar tudo e não fizeram nada”, criticou.