O Tribunal Superior Eleitoral acaba de formar maioria para tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível. Dois ministros ainda precisam votar, mas o placar já está em 4X1 a favor da cassação. Bolsonaro é acusado de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, devido à reunião com embaixadores estrangeiros.
Na ocasião, ele atacou, sem provas, o sistema eleitoral e colocava em questão a segurança do processo eleitoral brasileiro. Todo o evento foi transmitido pela TV Brasil, canal oficial do governo federal, e nas redes sociais do então chefe do Planalto. Apesar de a defesa afirmar que a reunião não teve caráter eleitoral, o Ministério Público Eleitoral pediu a condenação e inelegibilidade do ex-presidente.
Esta é a quarta sessão de julgamento. Na última terça-feira (27), o ministro Benedito Gonçalves, que é relator do caso, votou pela condenação. Ontem (29), outros dois ministros seguiram com o relator: Floriano Marques e André Tavares. Já o ministro Raul Araújo votou pela absolvição.
A ministra Carmen Lúcia, que foi a primeira a votar hoje, também seguiu o voto de Benedito Gonçalves. Ainda faltam os votos de Nunes Marques, que deve ser contrário à condenação, e Alexandre de Moraes, que será o 5º voto para tornar Bolsonaro inelegível.
Ainda há uma remota possibilidade de que algum dos ministros possa pedir vista para analisar o processo com mais tempo, o que pode estender a conclusão do julgamento em 90 dias. Mesmo condenado no TSE, Jair Bolsonaro deve recorrer ao próprio TSE ou ao Supremo Tribunal Federal (STF).