2023: o ano de Rodrigo Pinheiro

Opinião
Publicado por Américo Rodrigo
5 de janeiro de 2023 às 14h50min
Foto: Divulgação/PMC

*Por Vanuccio Pimentel

O ano de 2022 consolidou importantes mudanças no país e em Pernambuco. Ao mesmo tempo, a nova dinâmica política nacional e a posição de Raquel Lyra, devem influenciar de maneira significativa as eleições de 2024 em Caruaru.

Nesse cenário, Rodrigo Pinheiro tem despontado como uma alternativa viável na cidade. Alguns fatores contribuem para essa tendência: 1) o fraco desempenho das forças políticas tradicionais na cidade; 2) a ascensão de Raquel Lyra ao governo do Estado.

O primeiro ponto é o desempenho das forças políticas tradicionais da cidade. O fato inédito de que Tony Gel, Zé Queiroz e Wolney Queiroz não terem conseguido renovar o mandato enfraquece bastante qualquer alternativa de oposição à Rodrigo. Além disso, a falta de renovação nestes grupos tende a cobrar um preço alto na próxima eleição. Visto que, a eleição de Raquel em 2016 significou uma mudança geracional importante na cidade e pode restringir o espaço de candidaturas mais velhas.

O segundo fator é a ascensão de Raquel Lyra ao governo do estado. Este é um fator positivo e negativo. O aspecto positivo é o fato de que a saída de Raquel para disputar e vencer o governo do estado deixou um vácuo político na cidade. Este espaço tem sido bem ocupado por Rodrigo buscando construir sua imagem de gestor. O ponto negativo é que Raquel é a única força política capaz de lançar uma candidatura competitiva em 2024, dificultando seriamente os planos de reeleição de Rodrigo Pinheiro.

Por isso, o ano de 2023 será fundamental para Rodrigo definir a sua relação com Raquel. A necessidade de Rodrigo de se construir como uma força política com vida própria pode criar atritos (mais ainda) com a governadora.

Para ser uma força política autônoma, Rodrigo Pinheiro precisa controlar uma estrutura partidária capaz de colocá-lo no centro da eleição em 2024. Rodrigo precisa de um partido que tenha bom tempo de tv e bom acesso a recursos do fundo eleitoral. 

É evidente que o PSDB não tem como oferecer isso a Rodrigo. Além de ser controlado pela governadora, o PSDB não terá um bom tempo de tv e nem uma grande fatia de recursos do fundo eleitoral. Atualmente, só os partidos da direita (PL e Republicanos) e a federação do PT (PT/PCdoB e PV) terão à disposição uma fatia importante desses recursos.

Dessa forma, alguns desafios estão colocados para Rodrigo. O primeiro é construir a imagem de gestor com marca própria, com entregas e bons projetos para o futuro da cidade. O segundo é resolver a sua vida partidária (oficialmente, ele pode fazer isso até 2024). 

Ele vai precisar refletir se deve permanecer no PSDB, e buscar ser o candidato natural no grupo político de Raquel na cidade, ou se deve buscar um outro partido que dê a ele mais autonomia e controle sobre sua vida política. Obviamente, cada uma das escolhas possui seus custos políticos.

Assim, para chegar competitivo em 2024, Rodrigo vai precisar vencer em 2023.

*Doutor em Ciência Política, professor adjunto II da Asces-Unita e coordenador do curso de Relações Internacionais

Américo Rodrigo

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