Por Jarbas Vasconcelos*
A política é o exercício diário da convergência, mediação e diálogo. A busca pela construção de consensos de governabilidade em favor do País é o que deve nortear mulheres e homens que decidem representar a população seja no legislativo ou executivo. Em um ano eleitoral, como esse que estamos, esses preceitos se tornam imprescindíveis. Não devemos deixar que as estratégias e interesses políticos prevaleçam em detrimento das urgências do nosso povo.
As necessidades se impõem. Temos mais de 12 milhões de desempregados, uma inflação que corrói a renda da população e o crescimento do flagelo da fome, a face mais cruel e desumana do completo desajuste de um País. Segundo dados da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, através de um levantamento feito para entender os efeitos da pandemia de Covid-19, na mesa de 19 milhões de brasileiros faltou um prato de comida em 2021. Se já não bastasse, uma guerra em curso na Europa se soma a esse cenário impactando diretamente a nossa economia.
Ao invés de vermos esforços para reverter essa dura realidade, vivenciamos uma inversão de prioridades, com discussões partidárias e eleitorais sendo o centro das atenções. O País mergulhou num verdadeiro ringue ideológico, com posições extremadas e conduta de pastoril. Não há compromisso em oferecer caminhos programáticos, propostas concretas para o nosso desenvolvimento como nação. O que existe é um estímulo constante à rivalidade política.
O conflito de ideias de fato é indispensável na dinâmica da vida, principalmente no ambiente político. Porém há que se ter lucidez. O momento pede a soma de forças e não a divisão entre elas. É preciso deixar de lado as diferenças pessoais e partidárias, vencer os erros dos desencontros acumulados e gerar compreensão construtiva para o bem coletivo.
Na rota de quem vai percorrer o caminho eleitoral neste ano tão desafiador, a busca de soluções para as necessidades do País, sem apelativos ideológicos, deve ser uma prioridade. Não se pode esquecer que antes do eleitor, vem o cidadão. Portanto, antes de pedir voto, ofereça iniciativas que busquem melhorar a vida do povo, parcela majoritária, sofrida e carente de dias melhores.
*Jarbas Vasconcelos
Senador da República (MDB-PE)