A deputada federal Marília Arraes (PT), questionou, na manhã desta quarta-feira (17), os critérios estabelecidos pelo Governo do Estado para decretar o que é essencial ou não durante a quarentena em Pernambuco, que começa a partir desta quinta-feira (18). A parlamentar reconhece a importância de ações sanitárias e medidas restritivas mais eficazes, mas questiona, por exemplo, porque lojas de carro são consideradas essenciais e igrejas, onde as pessoas buscam conforto espiritual, e academias, não. “Que prioridade é essa que a pessoa pode comprar um carro, mas não pode fazer exercício?”, indaga.
Marília também questiona se esses critérios estabelecidos serão, realmente, eficazes no combate ao novo coronavírus. Recife, por exemplo, é a sétima cidade do Brasil com o maior número de mortes confirmadas: 3.192. “As gestões do PSB dizem que aplicaram recursos e mais recursos, mas onde estão esses investimentos? Há notícias que mostram que nove UPA’s fecharam as portas durante 12 horas por conta de superlotação.”
“São unidades que ficam na Caxangá, Imbiribeira, Ibura, Torrões, Olinda, Igarassu e Paulista. Na sexta-feira (12), por exemplo, enquanto o governador comemorava a abertura de 80 novos leitos de UTI, só nessas UPA’s estaduais, 83 pessoas diagnosticadas com o vírus esperavam por uma UTI há mais de quatro dias. Onde estão esses investimentos?”
O Recife também registra uma altíssima porcentagem de letalidade em relação ao total de infectados, maior, inclusive, do que média nacional. Esse número, na capital, chega a 4,05%, enquanto a média nacional é de 2,15%.
Mesmo com tantos números assustadores, muitos trabalhadores são obrigados a continuar se amontoando dentro dos ônibus e metrô, todos os dias, para chegar ao trabalho. É importante lembrar que a frota de ônibus está rodando de maneira reduzida. “A maioria das pessoas da RMR continua andando em ônibus lotado e isso precisa ser pensado. É preciso aprofundar essas discussões e não deixar o povo passar por isso nesse momento difícil.”