Coluna da segunda-feira
As feridas da eleição da Mesa Diretora na Câmara Federal ainda estão abertas no Partido dos Trabalhadores. No último sábado (06), a sigla instalou um processo disciplinar contra a deputada federal Marília Arraes na Comissão de Ética, pelo lançamento da candidatura de forma avulsa para a segunda-secretaria da Casa, descumprindo orientação partidária, já que o PT tinha João Daniel como indicado para o cargo.
As posturas independentes da parlamentar não são nenhuma novidade, mas a posição mais enérgica por parte da Executiva Nacional foi uma surpresa. Em determinados momentos da história, o partido minimizou casos passíveis de punições mais severas, mas agora resolveu lembrar de ética por mera conveniência dos seus caciques, afastando ainda mais a deputada do PT. Já há alguns dias que se comenta nos bastidores uma possível saída de Marília do partido, e o movimento orquestrado pela cúpula petista deve contribuir para que isso aconteça.
Recentemente, a deputada fez alguns acenos para lideranças políticas que estão sendo cotadas para disputar o Palácio, a exemplo de Anderson Ferreira (PL) e Raquel Lyra (PSDB), que, juntamente com Miguel Coelho (MDB), trabalham para tentar encerrar o ciclo socialista iniciado por Eduardo Campos em 2006. Dentro de pouco tempo, Marília Arraes tem vivido um verdadeiro caso de amor e ódio com sua legenda, e se ela desembarcar mesmo do partido, o ônus cairá no colo do próprio PT, que atualmente vive uma escassez de lideranças a níveis municipal, estadual e federal, e terá bastante dificuldade para 2022.
Minoria – Apesar da maioria da população ser de mulheres, elas ainda são minoria nos espaços de Poder. Em uma bancada composta por 25 deputados que representam Pernambuco em Brasília, apenas uma mulher está inserida nesse grupo. Marília Arraes (PT) é a única parlamentar que representa o estado no Congresso Nacional.
Espaço – Marília Arraes (PT) é a segunda mulher a ocupar a segunda-secretaria da Câmara Federal. Por coincidência ou ironia do destino, as duas mulheres que exerceram esse cargo chegaram a ele justamente por candidaturas avulsas, comprovando que a prioridade dos partidos na hora da escolha são majoritariamente do gênero masculino.
Posse – A prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, assume nesta segunda-feira (08), Dia Internacional da Mulher, o comando do PSDB em Pernambuco. O movimento deve antecipar as discussões sobre a disputa do próximo ano, onde a tucana é cotada para concorrer ao Governo do Estado. De acordo com informações colhidas pelo Blog Cenário, o ex-governador e pai da gestora, João Lyra Neto, defende que Raquel conclua seu mandato à frente da Prefeitura de Caruaru.
Antecipação – A ideia de Raquel Lyra substituir Alessandra Vieira no comando do PSDB já era dada como certa, mas a programação da sigla era para que acontecesse apenas em maio. A antecipação repentina da prefeita pegou muita gente de surpresa dentro do ninho tucano, inclusive, o presidente nacional do partido, Bruno Araújo. Fontes relataram que a exigência na data da posse criou um mal estar na cúpula da legenda.
Permanecem – Apesar dos rumores de que a deputada estadual Alessandra Vieira e o ex-prefeito de Santa Cruz do Capibaribe, Edson Vieira, estariam de malas prontas para deixar o PSDB, eles devem permanecer na sigla, pelo menos por enquanto. A dupla recebeu o convite do deputado federal Eduardo da Fonte para ingressar no PP, com uma promessa de Edson assumir um cargo federal, mas o fato do atual prefeito da Capital da Moda, Fábio Aragão (PP), fazer parte da sigla acabou dificultando o ingresso, já que os dois grupos são adversários no município.