Coluna do sábado
As urnas deram um claro recado nas últimas eleições municipais, quando rejeitaram projetos extremos, tanto no campo da direito, quanto na esquerda. A prisão do deputado federal Daniel Silveira (PSL), após exaltar o AI-5 e atacar ministros do Supremo Tribunal Federal foi uma dura resposta do Judiciário, do Legislativo e até do Executivo, já que o presidente Jair Bolsonaro lavou as mãos sobre a conduta do aliado.
Havia uma expectativa sobre qual seria o posicionamento dos demais parlamentares em relação a decisão do STF, mas 364 deputados seguiram o voto da relatora Magda Mufatto (PL), que recomendou a manutenção da prisão de Silveira. Caso a Câmara fosse de encontro à decisão dos magistrados, criaria uma situação ainda mais tensionada entre os poderes e causaria a sensação de impunidade, deixando aberto o caminho para que outros políticos pudessem seguir a mesma linha do ex-PM.
Dos 25 deputados que compõem a bancada pernambucana, apenas o Pastor Eurico (Patri) votou pela liberdade do deputado preso. A expressiva votação favorável ao relatório serve como recado aos que se opõem, de forma agressiva, às instituições democráticas. Daniel, que surgiu na onda bolsonarista com discursos semelhantes ao do então candidato à presidência declarando acabar com o comunismo no Brasil, e colocando Deus, a Pátria e a família acima de todos, afirmou, na noite em que foi preso, que só estava “indo dormir fora”.
Ontem ele mudou o discurso e se desculpou pelos ataques, o que não serviu de muita coisa para a vergonhosa derrota que sofreu através dos demais colegas. Agora o desafio é enfrentar a Comissão de Ética da Casa, que pode torná-lo ex-deputado e estragar de vez os sonhos de uma noite de verão de quem só queria seu lugarzinho ao sol nos dias secos de Brasília.
Fortalecimento – O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), afirmou que a decisão da Casa pela manutenção da prisão do deputado Daniel Silveira (PSL) é um marco no comportamento do Legislativo e fortalece a harmonia entre os Poderes. “Temos que ter calma, paciência, tranquilidade e manter o nível dos trabalhos sem os acotovelamentos como acontecia no passado”, finalizou Lira.
Marcando posição – Adversário do governador Paulo Câmara (PSB), o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (MDB), marcou presença na visita de Bolsonaro a Sertânia. Ele é filho do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) e tem o nome cotado para disputar o Governo do Estado em 2022. Sua participação no ato diz muito sobre qual postura ele vai adotar daqui em diante.
Ausência – Já o governador Paulo Câmara (PSB) foi uma ausência notada no evento. De acordo com a assessoria do Palácio, o socialista alegou que o atual momento de pandemia não permite aglomerações e que o gestor foi convidado apenas na quarta-feira (17), durante à noite.
Representante – Apesar de não ter ido ao encontro de Bolsonaro, o governador Paulo Câmara (PSB) enviou a presidente da Compesa Manuela Marinho para representar o Governo de Pernambuco. O ato foi para o início dos testes do Ramal do Agreste, no Projeto de Integração do Rio São Francisco.
Substituição – Após confirmar que haveria mudanças na Petrobras, o presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta sexta-feira (19), em rede social, que o atual comandante da estatal, Roberto Castello Branco, será removido do cargo. Para a vaga, será indicado o general Joaquim Silva e Luna. A Petrobras perdeu R$ 28,2 bilhões em valor de mercado nesta sexta, depois de o presidente Bolsonaro se queixar do reajuste de combustíveis.