Keko denuncia descaso de Lula Cabral com a cultura do Cabo

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Publicado por Américo Rodrigo
12 de fevereiro de 2021 às 16h30min
Foto: Leo Domingos

Através de nota, o governo liderado pelo novo prefeito do Cabo de Santo Agostinho, Keko do Armazém (PL), fez duras críticas ao ex-prefeito Lula Cabral (PSB). As denúncias são referentes à cultura regional e se estendem a forma como os equipamentos culturais do município foram encontrados. Confira:

“A terra onde Vicente Yáñez Pinzón descobriu o Brasil, segundo muitos historiadores, foi o berço de grandes artistas como o coquista Mestre Dié, o ator José do Rego Barreto Júnior, o músico Manoelzinho Araújo, o ator Francisco Alves e a poetiza Celina de Holanda. Mas os tempos áureos do Cabo de Santo Agostinho deram espaço, nos últimos anos, para o descaso com a cultura regional. 

O novo prefeito Keko do Armazém recebeu uma herança amarga do antigo gestor do município, Lula Cabral, que durante o seu último mandato extinguiu a Secretaria Executiva de Cultura, promovendo uma verdadeira desvalorização dos artistas e equipamentos culturais do município. Um retrato disto é a situação atual de dois locais icônicos do Cabo de Santo Agostinho: o Centro Cultural Mestre Dié e o Teatro Barreto Júnior. 

O Teatro Barreto Júnior, que já revelou diversos atores e atrizes, palco de grandes artistas como Zé Geraldo e grupos como o Teatro de Amadores de Pernambuco, hoje encontra-se abandonado e cinza. A casa de espetáculos sofreu um incêndio em maio de 2017, início da gestão de Lula Cabral, e desde então as ruínas só aumentaram, um verdadeiro amontoado de lixo e resquícios cinzas. 

No Centro Cultural Mestre Dié não houve incêndio, mas o sentimento de descaso é o mesmo. O local, que já ofereceu anos atrás refúgio para a população, exalando cultura, educação e conhecimento, hoje está desmoronando. A fachada corre risco de cair e o portão não existe. Ao entrar, a situação é ainda pior. Diversas salas com o teto caindo, fios expostos e infiltrações. Um verdadeiro vazio e silêncio, num local que um dia foi conhecido pelo batuque e formação de pessoas.

Diferente desses, o Teatro Francisco Alves nem chegou a funcionar. Ele faz parte do projeto arquitetônico da Praça 9 de Julho, mas é um elefante branco. A construção está há mais de 8 anos atrasada e já foram gastos R$ 12 milhões a mais em relação ao  projeto original. Porém, nunca saiu do papel. A esperança agora é que o novo gestor cumpra as suas promessas de resgatar o cenário cultural do município e valorize a história do povo cabense.”

Américo Rodrigo

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