Prefeitura do Recife requalifica e padroniza Calçada da Memória

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Publicado por Américo Rodrigo
10 de dezembro de 2020 às 19h00min
Foto: Andréa Rêgo Barros

Esta quinta-feira (10), Dia Internacional dos Direitos Humanos e o 72º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, foi marcada por uma homenagem às pessoas desaparecidas, presas e perseguidas na época da ditadura militar. A Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, padronizou e substituiu as placas existentes na Calçada da Memória, localizada ao lado do Monumento Tortura Nunca Mais, na Rua da Aurora, que eternizam nomes de pessoas que lutaram, em Pernambuco, a favor da democracia. 

A requalificação e padronização das placas, que antes eram colocadas por familiares, foi uma reivindicação do Comitê Memória, Verdade e Justiça para a Democracia de Pernambuco. “Hoje demos um simples passo que reafirma o compromisso da gestão com a dignidade das vítimas da ditadura e de suas famílias. Se hoje podemos viver numa democracia, foi devido à coragem e a empatia coletiva que essas pessoas, aqui homenageadas, tiveram no passado. E essa luta jamais deverá ser esquecida”, disse Ana Rita Suassuna, secretária de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do Recife. 

Para prestigiar a intervenção, também estava presente o advogado e gerente da Articulação de Direitos Humanos, Memória e Verdade do Recife, Marcelo Santa Cruz, irmão do desaparecido político Fernando Santa Cruz. Compareceram ainda amigos e familiares das vítimas homenageadas, representantes do Comitê Memória, Verdade e Justiça para a Democracia de Pernambuco e da Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara.

Para Edival Nunes Cajá, ex-preso político e atual coordenador do Comitê Memória, Verdade e Justiça, a intervenção nas placas é mais uma conquista dos que se uniram para guardar, reconstituir e propagar a memória das pessoas que morreram lutando por uma sociedade mais justa. “A pessoas homenageadas na Calçada da Memória, as quais boa parte eu conheci e convivi, sacrificaram a vida em prol de interesses coletivos e para que todos os cidadãos tenham justiça social”, afirmou o sociólogo.

Américo Rodrigo

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