Lessa segue acreditando em um segundo turno
Figurando em segundo lugar nas últimas pesquisas divulgadas, o Delegado Lessa (PP) está apostando todas as suas fichas em um eventual segundo turno. Em entrevista realizada ontem (04), o candidato mostrou confiança de que uma “massa silenciosa” vai apontar para esse caminho. Já os aliados da candidata à reeleição Raquel Lyra (PSDB) acreditam que o pleito será decidido ainda no dia 15 de novembro.
Tecnicamente, com a saída de José Queiroz (PDT) e Tony Gel (MDB) do páreo, Lessa seria o nome mais forte para enfrentrar a tucana, mas na prática não tem demonstrado isso durante o pleito. Nos últimos dias, principalmente depois das normas estabelecidas pelo TRE, que proíbem eventos políticos no Estado, o delegado tem travado uma disputa na Justiça Eleitoral com a prefeita, para tentar continuar com as agendas e angariar votos para conseguir mudar os rumos dessa eleição.
Desde que surgiu em 2016, Lessa traz no discurso que representa uma alternativa viável para “oxigenar” a política da cidade, mas na verdade carrega algumas práticas tradicionais que não o difere muito dos outros. Entretanto, por mais que haja segundo turno em Caruaru, pelo andar da carruagem, parece que o deputado vai novamente nadar para morrer na praia. Derrotado, agora, por errar na estratégia escolhida e por não conseguir agregar apoios de peso ao seu projeto. Apesar disso, Lessa está certo em tentar direcionar uma mensagem de otimismo à sua militância. Faltando 10 dias para o fim do pleito, é uma das poucas coisas que ainda lhe resta.
Dificuldade – Até o momento, não consta nos registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) algum repasse financeiro do Progressistas para o Delegado Lessa. O partido é presidido no estado pelo deputado federal Eduardo da Fonte. Talvez o fator financeiro seja um dos problemas que fez o candidato perder o gás no meio do caminho.
Mais dificuldade – Durante os quase dois anos de atuação na Assembleia Legislativa de Pernambuco, Lessa concentrou as ações do seu mandato para Caruaru. Dependendo do seu desempenho na eleição deste ano, isso poderá dificultar o alcance de votos em outros municípios.
Mobilidade – O plano de governo de Raquel Lyra (PSDB) fala sobre a implantação do sistema de integração no transporte público da cidade. Acontece que desde que começou a valer o contrato com as atuais empresas de ônibus, em 2018, a integração era um dos ítens que constavam no documento, mas até então ela não é realidade.
Encenação – Na reta final da eleição, o candidato a prefeito pelo PSB, Marcelo Gomes, tem assumido um papel que não é o seu: o de atacar. Após tentar associar a imagem de Raquel a de Aécio Neves (PSDB), agora tenta fazer relação com Bolsonaro. O socialista vem buscando polarizar com a tucana há alguns dias, e na reta final partiu para o tudo ou nada.
Expectativa – Além da tensão das eleições municipais, a disputa entre Biden e Trump tem movimentado o país. O resultado de uma forma ou de outra influencia nos rumos da política e da economia brasileira. A disputa segue apertada e a tendência é de Joe seja o próximo presidente da maior potencia mundial.