O cavalo paraguaio de Caruaru
Candidato a prefeito pela segunda vez, o Delegado Lessa (PP) já não é mais novidade para os eleitores de Caruaru. Aquele discurso de renovação levantado ainda em 2016 já não faz mais efeito, e isso ficou expresso no resultado dos números dos institutos Simplex e Opinião divulgados durante esta semana. Levantamentos estes, que ele mesmo faz questão de minimizar, afirmando que “a pesquisa de verdade está nas ruas”.
Desde a pré-campanha Lessa patina nas pesquisas, e não consegue admitir o favoritismo da atual gestora destacado no município. Quando começou o programa eleitoral, o parlamentar usou um discurso incisivo com frases de efeito e linguagem corporal agressiva, o que fazia parecer uma briga entre o candidato e o eleitor. Recentemente o parlamentar adotou uma persona de fala mais branda e acolhedora, justamente para tentar buscar ao menos um 2º turno em Caruaru.
No segundo debate realizado ontem (23), em Caruaru, Lessa acabou chegando atrasado. A definição se ele participaria ou não do evento foi dos seus opositores, que por unanimidade decidiram que o delegado ficaria de fora. Ele foi alvo de críticas dos outros três candidatos presentes, pela falta de compromisso com o processo democrático. A estratégia é enfraquecer o deputado, que aparece como o mais forte a enfrentar a prefeita Raquel Lyra (PSDB) num possível segundo turno.
Abandonado pelo governador Paulo Câmara (PSB), Lessa trocou o palanque socialista pelo PSL de Manoel Santos, que não trouxe um efeito positivo, por ter abraçado as candidaturas dos ex-vereadores condenados na Operação Ponto Final, presos pelo próprio parlamentar, quando era delegado.
Apesar de Caruaru ser um município conservador em eleições municipais, o discurso pela família e os bons costumes são considerados batidos na Capital do Agreste. Independente das falhas pontuais, as ações da atual gestora vêm sendo aprovadas pelos caruaruenses e as recentes pesquisas são uma prova disso. Com o apoio muito menor que o esperado, mesmo com mandato de deputado estadual, Lessa vem ensaiando sair da eleição menor do que entrou, e isso pode refletir forte em 2022, quando novas lideranças podem surgir.
Amadorismo – Apesar de Lessa conseguir montar uma chapa interessante, muitos dos candidatos são marinheiros de primeira viagem e ao sair em defesa do delegado, não conseguem largar a paixão e enxergar de forma racional a frieza da política. O cenário para a oposição não é dos melhores e o caminho mais correto é adotar uma outra estratégia que a ofensiva escolhida pelos aliados.
Invisível – Candidato a prefeito pela Unidade Popular pelo Socialismo, o advogado Rafael Wanderley não conseguiu chegar a um dígito nas pesquisas. Como não conta com nenhum deputado na Câmara Federal, o partido não possui tempo no guia e não consegue chegar no eleitorado caruaruense.
Em família – A Polícia Federal pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF), a prorrogação do inquérito que apura se o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), líder do governo no Senado, recebeu propina paga por empreiteiros em obras em Pernambuco. De acordo com a PF, a prorrogação é necessária para a realizar diligências pendentes, como ouvir o próprio senador e o filho dele, o deputado federal Fernando Bezerra Coelho Filho (DEM).
Turismo – O candidato do PSL à Prefeitura do Recife, Carlos Andrade Lima, se comprometeu em transformar os mercados públicos da capital pernambucana em pontos turísticos. Sem apagar a história e a tradição dos locais, o objetivo é modernizá-los para que ganhem uma estrutura melhor, mais confortável e que consiga atrair tanto a população da capital pernambucana quanto os turistas.
Regularização – Encerrando a passagem pelo município de Garanhuns, no Agreste Setentrional, nesta sexta-feira (23), o governador Paulo Câmara (PSB) entregou o primeiro título de domínio coletivo a uma comunidade quilombola pelo Estado. O documento promove a regularização fundiária de 64,8 hectares da Comunidade Quilombo Castainho, e beneficia 400 famílias que vivem na localidade.