O prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), não tem tido vida fácil nos últimos dias. Diversos questionamentos do uso do dinheiro público no enfrentamento ao coronavírus têm sido feitos por parte dos seus opositores, imprensa, e órgãos de controle de transparência. Na sexta-feira (22) a Polícia Federal realizou uma visita ao prédio da Prefeitura do Recife em busca de esclarecimentos sobre a compra de máscaras, toucas, aventais, descartáveis e camas hospitalares após dispensa de licitação que supera o valor de R$ 15 milhões.
Após denúncia do Ministério Público de Contas de Pernambuco (MPCO) por indícios de irregularidade, o socialista recuou da compra de 500 respiradores pulmonares a uma empresa de São Paulo, que totalizava R$ 11,5 milhões. A suposta fábrica era registrada como MEI e ainda chegou a receber uma transferência de pouco mais de R$ 1 milhão do Fundo de Saúde do Recife. A polêmica chegou a gerar repercussão nacional. Segundo o Portal da Transparência do município, a lista das contratações emergenciais para o combate a Covid-19 chega a R$ 670,2 milhões. Entre os itens estão cestas básicas, material hospitalar, EPIs, entre outros, sendo a capital que lidera os gastos com despesas emergenciais.
A condução de Geraldo Julio no combate à Covid-19 tem sido um prato cheio para os seus opositores, entre eles a deputada federal Marília Arraes (PT), o ex-ministro da Educação Mendonça Filho (DEM), a delegada Patrícia Domingos (Podemos) e o deputado estadual Alberto Feitosa (PSC), que de olho na Prefeitura do Recife aumentaram a dosagem nas críticas. A semana conturbada do gestor teve um capítulo especial. Após emitir uma dura nota contra o MPCO, o procurador Cristiano Pimentel deu um puxão de orelha no prefeito, dizendo que Geraldo “deveria zelar por uma conduta mais urbana e elegante”.
Além de causar uma tragédia em milhares de famílias, os efeitos da pandemia devem também refletir nas eleições deste ano, onde o partido de Geraldo pretende apresentar o deputado federal João Campos (PSB) como sucessor do projeto socialista. O prefeito pode não deixar o governo com um nível de popularidade tão esperado e acabar frustrando os sonhos do herdeiro de Eduardo.
Silêncio – Ao contrário dos seus opositores, João Campos (PSB) segue calado sobre a falta de transparência no governo Geraldo Julio (PSB). Pouco se tem visto opiniões do pré-candidato sobre a Covid-19 na capital pernambucana. Ele tem concentrado suas energias em criticar o presidente Jair Bolsonaro.
Anúncio – O presidente da Câmara Municipal de Caruaru, Lula Torres (PSDB), convocou os 22 vereadores e a vereadora para anunciar hoje (25), mais uma medida por parte do Poder Legislativo. O parlamentar deve anunciar um novo repasse financeiro para o governo municipal utilizar no combate ao coronavírus.
Coletiva – Quem também deve comunicar novas ações é a prefeita de Caruaru Raquel Lyra (PSDB). Ela convocou uma coletiva de imprensa para esta segunda-feira (25). A cidade tem um baixo índice de isolamento, fato que tem preocupado a tucana.
Solicitação – O vereador Bruno Lambreta (PSDB) pediu ao Governo de Pernambuco mais leitos de UTI para Caruaru. A solicitação foi feita através de uma indicação e foi aprovada por unanimidade. O parlamentar tem apresentado preocupação com o avanço da Covid-19 no município.
Ação – Políticas públicas voltadas para a saúde e a segurança da mulher foram debatidas em uma reunião virtual no sábado (23). O encontro contou com a participação da delegada Jimena Gouveia e da enfermeira Nayara Sousa. A ação foi articulada pelo deputado Erick Lessa (PP), que se comprometeu a continuar unindo forças pela consolidação dos direitos da mulher.
Atitude – Durante a polêmica reunião ministerial que foi divulgada na última sexta-feira (22), ficou evidente que o ex-ministro Sergio Moro entrou mudo e saiu calado. Ao escutar em silêncio todas as aberrações ditas por seus ex-colegas de governo, acabou sendo conivente com tudo que foi falado no encontro. Faltou atitude!