Devido à pandemia do novo coronavírus, as aulas da rede municipal de ensino de Caruaru precisaram ser suspensas em 17 de março. Apenas 25 dias após o início da medida, as famílias dos mais de 43 mil alunos da rede municipal de ensino de Caruaru começaram a receber os kits alimentares. Cada família com um aluno matriculado teria direito a um kit, e as que tinham duas ou mais crianças recebiam dois. De acordo com o município os kits eram compostos por 1 kg de açúcar, 2 kg de arroz, 1 kg de feijão, 1 kg de sal, dois pacotes de flocos de milho, um pacote de bolacha cream cracker, um pacote de leite em pó integral, dois pacotes de macarrão, um óleo de soja e uma lata de sardinha.
No início deste mês, o Conselho Municipal de Alimentação Escolar (COMAE) fez uma denúncia em relação ao leite que era oferecido, afirmando que o item, na verdade, era um composto alimentar. Um outro problema é que não houve continuidade das entregas, e até o momento, as famílias dos estudantes não sabem se vão receber novos kits. Questionado sobre o assunto, na última coletiva de imprensa realizada no dia 08 deste mês, o secretário de Educação Henrique Oliveira apenas disse que não havia cronograma definido e que novas entregas seriam feitas em momento oportuno. Veja:
Durante esta mesma entrevista, o presidente da Fundação de Cultura e Turismo de Caruaru, Rubens Júnior, foi questionado sobre algum tipo de ajuda do município aos trabalhadores informais que dependem da festa de São João da cidade. Rubens, que também é secretário de Governo, afirmou que a Prefeitura não tinha condições de socorrer essas pessoas diretamente, mas estava fazendo isso “no geral”, usando como exemplo a distribuição dos kits alimentares aos estudantes. Veja:
A prefeitura chegou a fazer bonito para as fotos de entrega da primeira leva dos kits, mas desde o dia da coletiva, nem a prefeita Raquel Lyra (PSDB), nem o secretário de Educação se posicionaram sobre o tal estudo que foi mencionado. A gestão vem tentando frustradamente combater o avanço da Covid-19 em Caruaru, mas neste momento, não é só isso que importa. A desigualdade social é uma realidade em todo o mundo e na Capital do Agreste não é diferente.
Não se sabe em quanto tempo a vida voltará à normalidade, e prestes a completar 70 dias sem que os alunos possam ir à escola, os pais e responsáveis vivem tempos de incerteza, e os kits alimentares hoje existem apenas na lembrança. Para muitas crianças, a merenda escolar é a refeição mais importante do dia, ou até a única. Principalmente para aqueles que não têm o privilégio do #FiqueEmCasa.