Chamou atenção uma sutil troca de farpas entre parlamentares defensores de Paulo Câmara e apoiadores de Raquel Lyra. A situação aconteceu em meio à audiência pública realizada na manhã desta terça-feira (25), na Alepe, para debater o empréstimo de R$ 3,4 bilhões para o Governo do Estado.
Tudo começou quando o deputado Waldemar Borges (PSB) usou a palavra para afirmar que a aquisição dos créditos só será possível porque o governo Paulo Câmara conseguiu deixar o Estado com boas condição fiscais. Como todos os demais colegas, de situação, independência e oposição, Borges ressaltou quer este empréstimo, que, para ele, é uma “janela de oportunidade” proporcionada pela “capacidade de gerenciamento da gestão Paulo Câmara”.
“O que me preocupa é o que fazer com o dinheiro. Pernambuco está se transformando num cemitério de obras paralisadas. Que ‘foram’ paralisadas, não que ‘estavam’ paralisadas”, disse Waldemar, que ainda sugeriu que essa paralisação só aconteceu após o início do governo tucano.
“O certo é que ele [o empréstimo], em primeiro lugar, garanta o resgate, a retomada das obras que estavam em andamento e ‘foram’ paralisadas”, concluiu.
A fala do socialista foi um gancho para que o líder do PSB na Alepe, deputado Sileno Guedes, pudesse cobrar do secretário de Planejamento, Gestão e Desenvolvimento Regional, Fabrício Marques, presente na audiência, que o Governo apresentasse um relatório detalhando o que deve ser feito com o dinheiro.
Do outro lado, o deputado Antônio Moraes (PP), que presidia a audiência pública, assumiu o papel de defensor da gestão Raquel Lyra. Ele afirmou que enviou para os parlamentares o projeto do último empréstimo contraído pelo ex-governador Paulo Câmara, que também não continha o plano de trabalho sobre como o valor seria utilizado.
“Na justificativa, nós não temos nenhum plano de trabalho, apenas o pedido de autorização. E essa Casa, por entender que era necessário, nós votamos, inclusive, quebrando prazo de emendas. Nós agilizamos. Estou só colocando para… acho que o deputado Sileno deve ter [o projeto], porque eu passei para ele”, provocou Moraes, que foi imediatamente interrompido pelo presidente do PSB.
“O senhor acabou de me citar… se eu fosse deputado na época, eu teria pedido”, retrucou Sileno.
Luciano Duque (SD), que veio a ser o próximo inscrito, também quis responder Sileno. Apesar de ser aliado de Marília Arraes, ele interferiu de uma forma que também serviu como defesa a Raquel. Duque afirmou que, diferente do que fez a gestão do PSB, o Estado está agora “abrindo espaço para diálogo”.