Base e oposição advogam em favor de Raquel e Paulo em audiência da Alepe

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Publicado por Karol Matos
25 de abril de 2023 às 14h00min
Foto: Américo Rodrigo

Chamou atenção uma sutil troca de farpas entre parlamentares defensores de Paulo Câmara e apoiadores de Raquel Lyra. A situação aconteceu em meio à audiência pública realizada na manhã desta terça-feira (25), na Alepe, para debater o empréstimo de R$ 3,4 bilhões para o Governo do Estado.

Tudo começou quando o deputado Waldemar Borges (PSB) usou a palavra para afirmar que a aquisição dos créditos só será possível porque o governo Paulo Câmara conseguiu deixar o Estado com boas condição fiscais. Como todos os demais colegas, de situação, independência e oposição, Borges ressaltou quer este empréstimo, que, para ele, é uma “janela de oportunidade” proporcionada pela “capacidade de gerenciamento da gestão Paulo Câmara”.

“O que me preocupa é o que fazer com o dinheiro. Pernambuco está se transformando num cemitério de obras paralisadas. Que ‘foram’ paralisadas, não que ‘estavam’ paralisadas”, disse Waldemar, que ainda sugeriu que essa paralisação só aconteceu após o início do governo tucano.

“O certo é que ele [o empréstimo], em primeiro lugar, garanta o resgate, a retomada das obras que estavam em andamento e ‘foram’ paralisadas”, concluiu.

A fala do socialista foi um gancho para que o líder do PSB na Alepe, deputado Sileno Guedes, pudesse cobrar do secretário de Planejamento, Gestão e Desenvolvimento Regional, Fabrício Marques, presente na audiência, que o Governo apresentasse um relatório detalhando o que deve ser feito com o dinheiro. 

Do outro lado, o deputado Antônio Moraes (PP), que presidia a audiência pública, assumiu o papel de defensor da gestão Raquel Lyra. Ele afirmou que enviou para os parlamentares o projeto do último empréstimo contraído pelo ex-governador Paulo Câmara, que também não continha o plano de trabalho sobre como o valor seria utilizado.

Na justificativa, nós não temos nenhum plano de trabalho, apenas o pedido de autorização. E essa Casa, por entender que era necessário, nós votamos, inclusive, quebrando prazo de emendas. Nós agilizamos. Estou só colocando para… acho que o deputado Sileno deve ter [o projeto], porque eu passei para ele”, provocou Moraes, que foi imediatamente interrompido pelo presidente do PSB.

O senhor acabou de me citar… se eu fosse deputado na época, eu teria pedido”, retrucou Sileno. 

Luciano Duque (SD), que veio a ser o próximo inscrito, também quis responder Sileno. Apesar de ser aliado de Marília Arraes, ele interferiu de uma forma que também serviu como defesa a Raquel. Duque afirmou que, diferente do que fez a gestão do PSB, o Estado está agora “abrindo espaço para diálogo”.

Karol Matos

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