Coluna da terça-feira

Propenso candidato do PSB ao Palácio do Campo das Princesas no próximo ano, o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Geraldo Julio, tem sido poupado dos anúncios considerados impopulares, referentes às medidas restritivas. Ainda na primeira onda da pandemia, o antigo chefe da pasta, Bruno Schwambach, tinha cadeira cativa nas coletivas, onde por muitas vezes atuou também como porta-voz do Governo.

As restrições naturalmente causam um desgaste em quem transmite a mensagem de fechamento do comércio, e estampar a imagem de Geraldo não seria uma boa ideia. Desde janeiro ele passou a ser a ponte direta entre o Executivo e o setor produtivo, que por sua vez tem um grande peso eleitoral. Antes de decretar a quarentena, o governador Paulo Câmara (PSB) fez alguns acenos à classe empresarial, mas ainda assim houve protesto do setor, que reclamou de falta de diálogo.

A estratégia traz o ônus da difícil, mas necessária decisão, toda para Paulo, preservando o nome de Geraldo, que por enquanto, vai continuar longe dos holofotes, mas no momento certo vai pegar carona no sucesso que se transformou o plano de vacinação liderado por João Campos (PSB) na capital pernambucana. De técnico, Geraldo Julio passou a ser um dos mais habilidosos políticos no ninho socialista e cada passo até o pleito de 2022 vai precisar ser calculado milimetricamente.

Serviços essenciais – Apesar de boa parte da população classificar o decreto como “lockdown”, o governador Paulo Câmara (PSB) estabeleceu como “quarentena”. Entre alguns setores que estão permitidos funcionar estão supermercados; padarias; farmácias; postos de combustíveis; petshops; clínicas, ambulatórios; bancos e lotéricas; transporte público e construção civil.

Permitido – Mesmo com o aumento de casos da Covid-19, o Campeonato Pernambucano de Futebol será mantido. Ao contrário das competições da CBF, como a Copa do Nordeste, onde antes de todos os jogos, é obrigatória a testagem 48 horas antes, o protocolo da FPF é frágil, com testagem apenas de 15 em 15 dias. No último domingo (14), dois jogadores do Santa Cruz testaram positivo após o jogo contra o Sport.

Já vai tarde – O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, sai do governo literalmente pela porta de trás. Além da sua condução desastrosa no comando da pasta, ele ainda é investigado por várias frentes. Uma delas na Polícia Federal, por omissão na crise sanitária do Amazonas. O general deixa o ministério no pior momento da pandemia. 

Confirmado – O cardiologista Marcelo Queiroga será o 4º ministro da Saúde dentro de um ano de pandemia. O anúncio foi feito pelo presidente Jair Bolsonaro na noite desta segunda-feira (15), nas redes sociais. Os dois se reuniram ao longo da tarde no Palácio do Planalto para discutir a troca no comando da pasta. O processo de transição deve durar entre uma e duas semanas, de acordo com o chefe do Executivo. 

Radicalismo – A médica Ludhmila Hajjar, que no último domingo (14), esteve reunida com o Bolsonaro, em Brasília, relatou uma série de ataques que sofreu de apoiadores do presidente, após ter nome cotado para assumir o Ministério da Saúde. A cardiologista contou haver sofrido ameaças de morte após ter o nome fortalecido para substituir o general Eduardo Pazuello.