Por Vanuccio Pimentel*
Todos sabemos que o prazo para as convenções ainda está distante no calendário. Um mês ou dois meses podem significar uma eternidade na política, pois tudo pode acontecer neste espaço de tempo.
Apesar disso, o assunto mais discutido nas rodas de conversa de política em Caruaru é: quem será o vice?
No caso do prefeito Rodrigo Pinheiro, esse debate foi bastante antecipado, a partir de uma entrevista na Rádio Cultura no programa Mesa Redonda, quando o prefeito falou abertamente sobre o tema. Àquela altura o prefeito sinalizou que gostaria de ter uma mulher ocupando o posto, o que fez o mercado de apostas direcionar a atenção para as figuras de Dayse Willyanne e Luana Marabuco.
Com as recentes exonerações, o prefeito amplia suas possibilidades e revela mais um passo de sua estratégia: ele já decidiu que será uma solução caseira.
A solução caseira para o vice é a escolha mais segura em duas situações: a primeira é quando o prefeito vislumbra disputar outro cargo no futuro e deseja manter em seu posto um aliado de absoluta confiança. A segunda é quando se busca uma renovação no grupo ou um processo de sucessão mais seguro, com um aliado de alta confiança.
No caso de Rodrigo Pinheiro, as duas situações são possíveis. O prefeito pode querer deixar o caminho aberto para uma possível disputa em 2026 ou, simplesmente, deseja um aliado fiel para ser trabalhado como seu sucessor.
No caso de Zé Queiroz a situação é parecida. Apesar da especulação sobre as opções para ocupar o cargo de vice, a verdade é que não faz mais sentido tirar outro pré-candidato da disputa para esta vaga. A fragmentação em várias candidaturas é essencial para que a disputa seja encaminhada para o segundo turno.
A solução caseira para a pré-candidatura de Zé Queiroz também parece ser uma saída natural. Por uma razão crucial: Zé Queiroz precisa construir um caminho sucessório para o grupo político que ele lidera, e para casos assim, ter ao seu lado alguém de absoluta confiança é fundamental.
Mas, como dissemos, até as convenções tudo pode acontecer.
*Mestre e doutor em Ciência Política (UFPE)