Chamado de “mito” por seus apoiadores desde o período pré-eleitoral, Bolsonaro tem visto sua popularidade despencar a cada dia. Com a promessa de combater a corrupção, o presidente foi acusado pelo ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, de tentar interferir nos rumos da Polícia Federal, chegando a trocar o diretor-geral da instituição. Coincidência ou não, a PF vem investigando Carlos Bolsonaro como um dos articuladores em um esquema criminoso de fake news.
A verdade é que desde o início do governo o presidente tem tratado o Palácio do Planalto como se fosse o quintal da sua casa, sem o mínimo zelo com a imagem do país para o mundo. Em meio a uma pandemia que tem causado colapso nos sistemas de saúde de muitos municípios e acumulado mortes em todos os estados, Bolsonaro segue com a cabeça na próxima eleição presidencial.
Os seguidores de Bolsonaro assistiram o presidente isolado politicamente, se aliar a “velhas raposas” como Roberto Jefferson e Valdemar da Costa Neto para tentar se manter vivo à frente de um governo que parece ainda não ter iniciado, gerando a ira dos seus aliados que já pedem sua renúncia.
Ao deixar o governo Bolsonaro, Moro levou com ele uma gama de apoiadores, tirando do presidente parte do apoio popular construído em cima do antipetismo e dos discursos anticorrupção. É possível que nas eleições municipais os candidatos substituam a imagem do presidente pela do ex-ministro. Em Caruaru já é possível ver movimentos neste sentido. O último que sair, apague a luz!
Guerra virtual – Desde a saída de Moro do Ministério da Justiça, Bolsonaro e ele têm trocado farpas a todo momento através de postagens no twitter. As acusações entre os dois estão cada vez mais sistemática e pelo visto, essa será uma disputa que não tem dia e nem hora para acabar.
Defesa – No imbróglio com Moro, a deputada federal Carla Zambelli é uma das mais enérgicas na defesa de Bolsonaro. Um dia após ter suas conversas com o seu padrinho de casamento expostas em rede nacional, ela fez uma longa participação na CNN onde apresentou mensagens tentando uma reconciliação entre os dois.
Cotado – O nome mais forte para substituir Moro é o advogado Jorge Oliveira. Ele faz parte do clã Bolsonaro e já atuou como assessor jurídico do presidente, quando ele foi deputado. Oliveira também foi chefe de gabinete de Eduardo Bolsonaro, filho do presidente.
Distância – Diante da rejeição de Bolsonaro, fica cada vez mais difícil um alinhamento entre Silvio Nascimento (PSC) e a prefeita Raquel Lyra (PSDB). Uma tese de que ele poderia ocupar a vice na chapa da tucana chegou a ser levantada, no início deste mês, mas daqui em diante, a imagem do presidente deve ficar cada vez mais abalada.
No jogo – A entrada do ex-vereador Demóstenes Veras no PTB pode acabar implodindo a chapa. Apesar de o presidente do partido em Caruaru, Douglas Cintra, afirmar que ele não será candidato, a política é dinâmica e esse quadro pode mudar até as eleições. Sua filiação vinha sendo guardada a sete chaves, até o Blog Cenário divulgar a entrada do médico na legenda.
Infraestrutura – Com poucas horas de chuva, bairros de Caruaru ficaram tomados pela água. Isso só comprova que os gestores precisam pensar mais a cidade a longo prazo, o que não foi feito por prefeitos passados e nem pela atual gestão no município.