Abeaço apresenta à Alepe posicionamento contrário a medidas tarifárias

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Publicado por Redação
13 de agosto de 2024 às 15h15min
Foto: Roberta Guimarães

Em encontro articulado pelo deputado estadual licenciado Antonio Coelho, o presidente da Assembleia Legislativa, Álvaro Porto (PSDB), recebeu Ítalo Renda, empresário do setor de latas de aço e membro da Associação Brasileira de Embalagens de Aço (Abeaço). A reunião, ocorrida na manhã desta terça (13), também foi acompanhada por um grupo suprapartidário de deputados, formado pelos parlamentares Edson Vieira (UB), Henrique Queiroz (PP) e Diogo Moraes (PSB). 

A conversa esteve pautada no iminente impacto econômico negativo, em Pernambuco e no Brasil, diante das considerações do Governo Federal em elevar o imposto de importação de folhas metálicas do aço. A medida pode prejudicar o emprego de milhares de pernambucanos e comprometer a renda do povo brasileiro.

As folhas metálicas do aço são o insumo essencial para a fabricação de embalagens metálicas, utilizadas em centenas da produtos alimentícios consumidos frequentemente pela população brasileira; muitos deles, inclusive, pertencentes à cesta básica, a exemplo do leite em pó e dos vegetais em conserva (milho, ervilha, entre outros). A elevação da tarifa do imposto de importação, estimada em 44%, de acordo com as entidades do setor, vai ocasionar um aumento significativo nos custos de produção e, consequentemente, no preço dos alimentos. Produtos como tintas, vernizes e outros materiais da construção civil, tradicionalmente embalados em latas de aço, também podem ficar mais caros.

A retração no emprego e na renda é outro ponto apontado pela Abeaço como desfavorável a partir da adoção das medidas protecionistas em estudo pela União. Em Pernambuco, por exemplo, as empresas do setor são responsáveis pela geração de 3.500 empregos, diretos e indiretos, e contribuem com mais de R$ 250 milhões em impostos por ano. No Brasil, essa indústria emprega mais de 25 mil pessoas, espalhadas por 8 estados e 26 municípios. De acordo com a associação, um setor formado, majoritariamente, de empresas familiares, nacionais e regionais, algumas delas com mais de 100 anos de existência.

Precisamos consolidar um posicionamento contrário a essas medidas protecionistas sob discussão no âmbito do Governo Federal. O poder de compra do povo brasileiro está em jogo com essas tarifas que podem acarretar o aumento da inflação, principalmente no setor de alimentos. Também defendemos a competitividade das empresas produtoras de latas de aço no estado de Pernambuco, responsáveis pela geração de mais de 3.500 empregos“, destacou Antonio Coelho.

Enquanto representante do Poder Legislativo estadual, o presidente Álvaro Porto se comprometeu a assinar o manifesto apresentado pelo Abeaço contrário a essas medidas. Em seguida, a Casa de Joaquim Nabuco deverá promover um debate para consolidar seu posicionamento de apoio aos empregos gerados por esse setor em Pernambuco. 

A Alepe está engajada na mobilização encabeçada pela Abeaço sobre os impactos negativos que a elevação do Imposto de Importação de folhas metálicas de aço vai acarretar sobre a indústria e o consumidor. Alimentos que fazem parte da cesta básica, a exemplo de sardinha, vegetais e leite em pó, terão os preços elevados. Com o impacto sobre o consumo, a indústria somará prejuízos, o que pode comprometer o emprego e a renda de milhares de trabalhadores pernambucanos. A Casa, portanto, subscreve o manifesto da Abeaço e endossa o alerta sobre os prejuízos que a medida trará”, afirmou Porto. 

Defender as empresas regionais é defender emprego e renda para as famílias de Pernambuco. As indústrias de embalagens de aço vêm enfrentando muitos desafios para se manterem ativas. Realizamos investimentos. Enfrentamos a concorrência de outros materiais mais baratos e agressivos ao meio ambiente. O entendimento do deputado Antonio Coelho e a participação da Assembleia Legislativa na defesa da indústria nacional e regional fortalecem os vínculos daqueles que entendem que um Brasil justo só surge com a defesa das indústrias nacionais espalhadas pelo Brasil“, assinalou Ítalo Renda, da Abeaço.

Além dos impactos financeiros e sociais, de acordo com a Abeaço, a elevação do imposto de importação não vai proteger a indústria brasileira, uma vez que uma única empresa é responsável pela produção dessa matéria-prima (folhas metálicas). A Associação argumenta, ainda, que as folhas de aço representam pouco para a siderurgia nacional, “e muito para a indústria brasileira fabricante de latas”.

Redação

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