Dani Portela diz que não vai recuar da pré-candidatura e revela detalhes de encontro com João Campos
No lançamento da pré-candidatura a prefeita do Recife, realizada na noite desta quarta (15), na Casa Marielle Franco, a deputada Dani Portela (PSOL) falou que não há divisão, propriamente dita, na federação Rede-PSOL. Ela esteve acompanhada da dirigente estadual da Rede, Alice Gabino.
Recentemente, o partido da líder da oposição na Alepe afirmou que ela tinha sido escolhida para representar os dois partidos na eleição do Recife. No mesmo dia, a Rede emitiu nota garantindo que Túlio Gadêlha permanece como pré-candidato e que a disputa seria levada para a nacional.
Segundo Dani, não existe divisão na federação, o problema é com o deputado Túlio e a ala ligada a ele na Rede. Ainda de acordo com ela, o deputado agiu sempre de forma individualista e todo o debate relacionado à pré-candidatura da federação foi realizado em todas as instâncias necessárias e não terá volta.
“O deputado escolheu outras regras, achando que é possível fazer comigo o que fizeram com ele no PDT, na eleição anterior. Mas nós temos partidos que têm mulheres e mulheres muito fortes, que sabem o custo que é para que a gente esteja aqui hoje e a gente não vai dar passo atrás. A gente quer dialogar sim, mas as instâncias já foram exauridas. Hoje a gente não lança só uma candidatura do PSOL, é uma candidatura da federação. Cabe agora ao deputado recusar da decisão que já foi tomada e ela não volta atrás”, garantiu.
Em entrevista ao Blog Cenário, no mês passado, Dani afirmou que Túlio seria uma espécie de “plano b” da governadora Raquel Lyra. O deputado, por outro lado, disse que ela quem seria uma auxiliar de João Campos. Dani rebateu.
“É leviano dizer que eu poderia ser linha auxiliar a João Campos, até porque eu quero disputar fazendo uma oposição à esquerda a João Campos. Agora, quando eu digo que [Túlio] é linha auxiliar de Raquel, é porque tem sido um aliado, inclusive pelo interior do estado, montando chapas para fortalecer a eleição de 2026, que estão querendo disputar em 2024. 24 é um outro momento, 26 ainda vai chegar”, pontuou a parlamentar.
Dani Portela ainda revelou detalhes do encontro que teve com o prefeito João Campos, quando ele foi visitar o filho dela, Jorge, nascido há 4 meses.
“É óbvio que não foi só uma visita, a gente conversou amplamente sobre a política e um dos pedidos que João fez naquele momento, era se havia alguma possibilidade de o PSOL não ter candidatura com a Rede e apoiar o projeto do PSB. Eu disse, seria pedir para eu calçar um sapato dois números a menos do que o meu. Não cabe. Não daria para o PSOL ou a Rede dar uma guinada para um projeto em tão pouco tempo e negar toda a sua história”, disse.
A pré-candidata também falou sobre como ficará a relação com a bancada do PSB na Alepe, com quem ela atua em parceria na oposição à governadora Raquel Lyra (PSDB).
“É o meu grande desafio, que é como entender que na Alepe eu tenho a proximidade com a bancada do PSB, por ser oposição a Raquel Lyra, e vou ser candidata a fazer uma oposição ao PSB na Prefeitura do Recife, como sempre fiz”, afirmou Dani.