Apesar de ter vencido na votação das faixas salariais, se não tiver diálogo com a Alepe, a governadora Raquel Lyra (PSDB) não deve encontrar vida fácil nas comissões. Durante a reunião de ontem (7), o Palácio foi derrotado em todos os quatro colegiados que têm relação com o tema: CCLJ, Segurança Pública, Finanças e Administração.
Apesar de ter colecionado novos aliados, como foi o caso dos petistas, que fizeram questão até de trocar as cadeiras de lugar para votar favorável à proposta enviada pelo Governo do Estado, Raquel continua sendo ‘persona non grata’, principalmente porque até quem sempre esteve junto dela “acredita desacreditando” nas promessas da tucana.
O modus operandi é sempre o mesmo: quando tem votação importante, o Palácio promete mundos e fundos para conquistar os votos dos parlamentares, mas depois que aprova, Raquel vira as costas para os deputados, não atendendo os pedidos feitos para as regiões que representam. Isso não é novidade para ninguém, já que é um modelo aplicado por ela desde quando era prefeita de Caruaru.
Por pirraça, a chefe do Executivo orientou que sua base derrotasse duas emendas que não teriam impacto financeiro, uma delas de um fiel aliado, deputado Mario Ricardo (Republicanos). Mais um dos inúmeros sinais de que Raquel Lyra não faz questão de estabelecer relação de confiança com ninguém e está pronta para tesourar quem quer que seja.
Nos bastidores, a reclamação de falta de diálogo e intransigência é geral, seja na política, seja na gestão, transformando a relação com a base num ciclo vicioso de dedicação e fidelidade por parte dos deputados aliados, que se transformam em frustração logo em seguida.