O senador Rogério Marinho (PL), líder da oposição no Senado, e outros sete líderes opositores da Casa expressaram, nesta sexta (19), sua profunda preocupação com a recente ordem de busca e apreensão contra o deputado federal Carlos Jordy (PL), líder da oposição na Câmara. Em uma nota pública, os senadores reafirmaram seu apoio a investigações legítimas, mas destacaram a importância do respeito ao Estado de Direito, aos direitos individuais e às prerrogativas parlamentares.

A nota critica a operação e aponta que sua autorização tem por base uma ilação, desacompanhada de fundamentação fática e jurídica suficiente para sustentar a adoção de dura medida investigativa contra Jordy. Os senadores também criticam a nomeação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para a relatoria dos processos relacionados aos eventos de 8 de janeiro, citando um desvio do procedimento padrão de livre distribuição e levantando dúvidas sobre a imparcialidade do ministro. 

As declarações públicas do magistrado, nas quais ele se apresenta como vítima de ameaças, são vistas pelos senadores como um fator que compromete sua capacidade de julgar os processos de forma justa. Além disso, os líderes questionam a atuação de Moraes no fornecimento de assessoramento jurídico ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após os eventos de 8 de janeiro, apontando para uma preocupante falta de separação entre os Poderes. 

O caso de Cleriston Pereira, conhecido como “Clesão”, que morreu em presídio em Brasília após ser mantido preso mesmo tendo obtido parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR) pela sua soltura desde o início de setembro, é citado como um exemplo das críticas à condução dos processos sobre 8 de janeiro no STF. A nota pública apela para que o ministro Alexandre de Moraes declare-se suspeito para julgar esses processos, em um gesto pela pacificação do país, pelo cumprimento da lei e em defesa à Constituição.