Em meio à decisão que tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível, o Blog Cenário teve acesso a uma pesquisa interna, realizada recentemente, sobre o contexto eleitoral para o próximo ano em Caruaru e a influência de alguns personagens na escolha do candidato a prefeito.
Os números mostram que o nome mais influente é o da governadora Raquel Lyra (PSDB), que foi a primeira mulher eleita para comandar a Capital do Agreste, tendo sido reeleita com alta aprovação. Cerca de 25% dos entrevistados votariam num nome apoiado pela tucana.
Já no âmbito nacional, 24% dos entrevistados disse que votaria num candidato que o presidente Lula (PT) apoiasse em Caruaru, enquanto 15% afirmou que escolheria – com certeza – um nome de Bolsonaro. Apesar de figurar abaixo dos outros, a influência do ex-presidente no próximo pleito não deve ser subestimada, principalmente porque os efeitos da ação de inelegibilidade só devem ser sentidos quando as movimentações eleitorais começarem a ficar mais frequentes.
O fato é que a condenação tão celebrada pelos opositores como um reflexo de enfraquecimento do bolsonarismo, pode causar um revés e fortalecer ainda mais essa ala. O combate ao petismo, o episódio da facada e, agora, a decisão do TSE são um prato cheio para estabelecer uma narrativa de perseguição e tentar transformar o ex-presidente num mártir, como aconteceu com Lula após a prisão.
Apesar de ter sido derrotado em praticamente todos os municípios pernambucanos, Jair Bolsonaro recebeu 38,49% dos votos do eleitorado caruaruense. Atualmente, o candidato que se apresenta como o representante desse segmento é Fernando Rodolfo, que integra o PL e tem se aproximado cada vez mais do ex-chefe do Planalto e de sua ideologia.
Os demais candidatos são da esquerda ou têm feito sinalizações neste sentido, se aproximando de partidos que representam este conjunto. Esse movimento pode pulverizar os votos dos eleitores que se identificam com o petismo/lulismo, fazendo com que o bolsonarismo possa ser fator determinante na eleição do ano que vem.