É inegável que existe uma boa vontade do prefeito Rodrigo Pinheiro (PSDB) em acertar nas suas ações de governo e contribuir com o desenvolvimento da cidade, entretanto, o gestor tem pecado na condução política, o que pode custar sua reeleição no ano que vem.
Ao contrário do prefeito do Recife, João Campos (PSB), com o auxílio do secretário de Governo, Aldemar Santos, o Dema, que tem ampliado o arco de alianças com partidos, deputados e vereadores, o que se vê em Caruaru é a máquina sendo inchada nos últimos meses por asseclas que pouco têm a contribuir.
Embora Rodrigo detenha a maioria esmagadora dos vereadores ao seu lado, existe nos corredores da Casa Jornalista José Carlos Florêncio uma insatisfação desses parlamentares, o que pode se revelar na medida em que as peças do xadrez começarem a se movimentar, o que deve acontecer após o período junino.
Falta, na verdade, ao núcleo político do prefeito, conduzido pelo limitado secretário de Governo, a sensibilidade para entender que os votos de Rodrigo foram creditados à atual governadora Raquel Lyra (PSDB) e ele precisa dela ao seu lado para se manter por mais quatro anos no Palácio Jaime Nejaim.
Também faltam auxiliares para alertar o gestor que quem está sentado na cadeira de prefeito é ele e antecipar o pleito municipal entrando em bola dividida com seus opositores, só servirá para polarizar e evidenciar o nome de quem deseja ocupar o seu lugar a partir de 2025.
Ao que parece, os conselheiros políticos de Pinheiro nada aprenderam com Raquel, que tratou tudo no seu devido tempo, isolou a oposição e foi reeleita de maneira expressiva, conquistando a maior votação da história da cidade e anulando todos os que disputaram contra ela em 2020.
O tempo é cruel com quem não sabe aproveitar as oportunidades. Enquanto os auxiliares do gestor municipal desdenham dos opositores, sonham que o tucano está voando em céu de brigadeiro ou acreditam que o poder é eterno, a cama de Rodrigo Pinheiro está sendo preparada.