A Prefeitura do Recife inaugurou, nesta quarta-feira (29), a primeira Praça da Infância da cidade. O equipamento, localizado na Praça Dom Miguel Valverde, bairro da Encruzilhada, combina natureza, brincadeiras e as tradições culturais do Recife, envolvendo as crianças com a cultura local, unindo os elementos construídos e a paisagem aos desafios do brincar, que atendem a todas as crianças e estimulam a diversão e o aprendizado.
O investimento realizado foi na ordem de R$ 1,8 milhão, entre infraestrutura e brinquedos. O espaço ganhou passeios e pisos, rampas, drenagem, paisagismo, novos brinquedos, mobiliários e nova comunicação visual. Antes das obras iniciarem, a equipe de intervenções sociais da Secretaria Executiva de Inovação Urbana, esteve na Escola Municipal Ednaldo Miranda, localizada ao lado da Praça Dom Miguel Valverde, para escutar as crianças e seus cuidadores.
“O projeto da primeira Praça da Infância dp Recife tem um conceito feito por especialistas da área, que viram quais os equipamentos adequados, a concepção, a forma de construção, tudo isso com o diálogo permanente com a comunidade. Escolhemos a Encruzilhada para começar, porque tem 20 instituições de ensino em um raio próximo e também instituições que trabalham com crianças com deficiência. Pensando nisso, fizemos essa escolha, mas vamos começar também mais duas já nos próximos dias e vamos levar esse conceito pra cidade inteira”, disse João Campos.
Presente nas cirandas, nas rodas de conversa e de contar histórias, o círculo foi a forma básica na distribuição e dimensionamento dos espaços da praça e cada um deles representa os elementos naturais. Na Praça Dom Miguel Valverde foram implantados dois círculos identificados como fogo e árvore. Um deles possui banco espiral que permite que as crianças brinquem de equilibrar e um labirinto (trepa-trepa) de troncos que remete a uma fogueira, que permite pendurar e escalar. O outro círculo tem duas casas de madeira e uma passarela que abriga dois escorregos que fazem a conexão entre os brinquedos através de um caminho estruturante. A praça também tem semicírculos complementares com pula-pula, gangorra, balanço e um relevo em madeira.
“A Praça da Primeira Infância tem um conceito baseado em aproximar as crianças do ambiente natural, ou seja, trazer cada vez mais perto da natureza. Antes de fazer o projeto, escutamos essas crianças e os cuidadores para saber o que elas queriam. Brinquedos para se equilibrar, girar, pular. Então, foi em cima disso, que toda a praça foi planejada”, explicou Marília Dantas, presidente da Emlurb
O prefeito João Campos também explicou a logística de segurança implantada no local. “São sete câmeras de videomonitoramento, presença permanente da Guarda Municipal e, algo que é muito importante aqui, o apoio da comunidade. Quero agradecer aos moradores do prédio que fica aqui na praça e que colocou à disposição a estrutura do prédio para a Guarda, com banheiros, água e um local para se abrigar da chuva. A Prefeitura está fazendo a parte dela, com câmeras e com a guarda, e os condomínios vizinhos também estão interagindo e compartilhando essa responsabilidade de cuidar”.
As Praças da Infância estão sendo criadas a partir de uma metodologia que será replicada em toda a cidade, com soluções específicas e que estejam em sintonia com o seu entorno. Esse método garante que toda criança recifense tenha acesso às mesmas qualidades proporcionadas por estes espaços. O serviço contará com uma obra de engenharia para intervenção paisagística na praça escolhida. O projeto é elaborado a partir do “Guia de princípios para remodelação das praças para infância”, organizado pela Prefeitura do Recife, visando a requalificação paisagística que assegure a motivação de ações voltadas à inclusão, segurança, liberdade, orgulho e visibilidade das crianças.
Mais duas localidades da cidade receberão Praças da Infância em médio prazo, sendo uma em San Martin e outra no Compaz Miguel Arraes. Ambas já passaram por um processo de escuta das crianças e de seus cuidadores para que os círculos temáticos integrem os desejos das crianças com o espaço e com a história a ser contada por cada praça, que serão compostas por brinquedos e elementos naturalizados que promovam a aproximação com a natureza, a aprendizagem ao ar livre e os estímulos sensoriais.