Como era esperado desde o início da montagem do governo, os ministros bolsonaristas escolhidos por Lula (PT) têm sido uma pedra no sapato do presidente. Além de terem apoiado o inimigo figadal do petista nos últimos anos, os comandantes das pastas de Comunicações e Turismo têm fragilidades ainda maior que podem lhe render a cabeça dentro no governo federal.

Uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo revelou que o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, usou um avião da Força Aérea Brasileira para participar de um leilão de cavalos de raça que durou três dias. Ainda ontem, em entrevista à BandNews, Lula disse que se Claudiano tem direito a defesa, mas se não conseguir provar inocência, não continuará no governo.

Entretanto, apesar do desconforto com a situação, o presidente tem sinalizado, nos bastidores, resistência a um afastamento do ministro com apenas dois meses de governo. A avaliação no Palácio do Planalto é de que um afastamento de um ministro neste momento, pode criar uma crise política desnecessária, ainda mais junto à Câmara dos Deputados. Lula tem reafirmado que o ministro deve se defender publicamente das denúncias contra ele e demonstrar resultados em sua pasta, o que poderia arrefecer a pressão pela sua saída.

Juscelino é considerado da tropa de choque do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP). A avaliação é também de que um afastamento de Juscelino pode criar um precedente perigoso para a saída de demais ministros, esses da cota pessoal de Lula, caso se envolvam em escândalos.

Outro caso que também causou críticas no início da gestão foi o da ministra do Turismo, Daniela Carneiro. Criticada por uma eventual relação com milicianos, ela se explicou publicamente e se envolveu em ofensiva para baixar o preço da passagem aérea no país, o que a tirou do foco de críticas.

O presidente Lula tentou, na mesma entrevista que aconteceu nesta quinta-feira (2), minimizar mais uma vez as relações da ministra e disse ter “gratidão” por ela, devido ao apoio recebido nas eleições presidenciais. Apesar disso, o presidente admitiu que ela poderá ser demitida caso a ligação dela com milicianos seja além de fotografias. “Por enquanto eu acho que não é maior do que isso. Se aparecer evidência que seja [maior do que uma foto], sairá do governo“, afirmou o petista.

*Com informações da CNN e Folha de S.Paulo