A candidata ao governo de Pernambuco pelo PSDB, Raquel Lyra, foi a primeira entrevistada da sabatina da Rádio Jornal Caruaru. O programa foi conduzido pelos apresentadores Elaine Dias e Edeilson Lins, e transmitido em rede para todas as emissoras do interior do estado.
O editor do Blog Cenário, Américo Rodrigo, também participa da série de entrevistas e questionou Raquel sobre como a candidata reafirma que vai bater na porta do presidente da República, independente de quem seja, se ao longo dos cinco anos em que foi prefeita de Caruaru, não manteve diálogo com o governador Paulo Câmara (PSB). Como resposta, ela disse que o governador foi “omisso” em relação ao interior.
“Américo, eu sugiro que você faça essa pergunta ao governador Paulo Câmara. Foi ele quem se fez ausente da vida do pernambucano como um todo, não só da vida de Caruaru. Eu fui prefeita de Caruaru e disse ao governador que procuraria ele, ainda antes de todo o movimento eleitoral, para buscar recursos para nossa cidade. Infelizmente, a atitude dele, não só com Caruaru, mas com todos os municípios de Pernambuco, foi de absoluta omissão em temas extremamente relevantes para nossa gente”, afirmou.
A candidata encerrou a fala “comemorando” o pouco tempo que falta para o fim do mandato do atual gestor estadual. “Quer dizer que se for um adversário que esteja sentado na cadeira de prefeito do Recife, não tem dinheiro para o Carnaval do Recife ou para o Carnaval de Olinda? Isso é inadmissível, isso é política pequena. Mas sabe o que é melhor disso tudo? É que nós estamos virando essa página. Esse governo está se encerrando. Daqui a quatro meses, o governador Paulo Câmara deixa de ser governador”, finalizou.
Atualmente, Anderson Ferreira (PL), que é o nome do presidente Jair Bolsonaro (PL), é candidato que tem o apoio massivo do público evangélico. Durante a entrevista, a tucana falou sobre o uso da fé para angariar votos junto ao eleitor. Para ela, o voto não deve ser definido pela religião.
“A igreja, ela pode sim ser parte da solução do problema em que a gente vive, mas não se deve colocar a questão religiosa como definidora de para onde deve ir o voto do eleitor. Isso é uma decisão do cidadão, porque, na prática, quem vai administrar o governo é uma pessoa que tem a capacidade de gestão e de entrega do resultado e não vai ser pela religião dele que esse resultado vai ser definido”, pontuou.
Raquel Lyra ainda enfatizou suas críticas à nacionalização do debate eleitoral para o Governo do Estado de Pernambuco.
“Se você se escorar nessa nacionalização entre o candidato A e o candidato B, e perguntar quem é mais amigo de quem, discutir só isso durante a campanha, a gente perde a oportunidade de debater os problemas e as soluções que Pernambuco precisa. O presidente da República não será governador de Pernambuco. Paulo Câmara passou por três presidentes da República – por Temer, por Dilma e por Bolsonaro – e não foi capaz de apresentar as soluções que Pernambuco precisa. Qualquer que seja o presidente da República eleito a partir de janeiro de 2023, estarei lá na primeira semana de governo para apresentar soluções”, afirmou.