Simone Tebet quer ouvidoria feminina em todas as estatais

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Publicado por Américo Rodrigo
2 de julho de 2022 às 13h00min
Foto: Patrícia Cruz

A senadora Simone Tebet, pré-candidata à Presidência da República pelo centro democrático (MDB, PSDB e Cidadania), afirmou hoje, sábado (2), que vai propor no Senado Federal a criação de uma ouvidoria feminina – com cargo exercido, portanto, por uma mulher – em todas as estatais brasileiras. O objetivo da medida é estimular denúncias de assédio sexual ou moral nessas empresas. “Se as ouvidorias e o compliance dessas entidades não escutam, fazem corpo mole ou não reconhecem o que é assédio moral ou sexual, com uma mulher ouvindo o que outras mulheres têm a dizer, nós faremos a diferença”, disse a parlamentar. 

Simone observou que, em geral, apenas 15% das mulheres que sofrem agressões dessa natureza as denunciam formalmente. “Isso ocorre porque é uma dura escolha”, disse. “Muitas delas têm medo de denunciar esses casos, porque, entre outros motivos, não querem perder o emprego.” A proposta de criação da ouvidoria feminina nas estatais foi resultado das denúncias de assédio sexual na Caixa Econômica Federal que ganharam o noticiário nacional ao longo da última semana. 

A afirmação da parlamentar foi feita na manhã de hoje, em Salvador, ao longo da participação da senadora no cortejo da “Festa de 2 de Julho”, data da comemoração da Independência do Brasil na Bahia. A caminhada teve início no Largo da Lapinha. Seguiu em direção à Praça Thomé de Souza e terminou na Praça 2 de Julho, no Campo Grande.

Ao longo de sua caminhada pelas ruas de Salvador,  Simone Tebet agradeceu a receptividade com que foi acolhida pelo povo baiano. “Sou a pré-candidata menos conhecida, mas principalmente a menos rejeitada”, observou. “Todos me receberam muito bem e isso significa que tenho condições de crescer nas pesquisas, apresentando uma proposta, trazendo paz e segurança para o país. Sou a pré-candidata a favor da pacificação e da união do Brasil.”

A senadora destacou ainda que a comemoração do “2 de Julho”, na Bahia, tem, este ano, um significado especial, uma vez que o Brasil volta a ter de lutar por valores democráticos, ameaçados pela polarização extrema da política nacional. “Esse cortejo é a caminhada da liberdade, um momento simbólico para o país”, disse a parlamentar. “O próximo passo é garantir oportunidades iguais a todos os brasileiros. Essa é a proposta central da minha pré-candidatura. E não podemos nos conformar com os 33 milhões de brasileiros que estão passando fome.”

Simone Tebet foi convidada pelo Cidadania para percorrer as ruas de Salvador neste 2 de julho, que contou com a participação de militantes e líderes da legenda, como o presidente nacional do partido, Roberto Freire, e o presidente da agremiação na Bahia, Joceval Rodrigues, além de emedebistas, como o presidente do MDB AFRO Nacional, Nestor Neto.

Questionada se a proximidade das eleições pode prejudicar a realização da CPI da Educação, Simone Tebet foi categórica. “Não podemos permitir que isso aconteça. Essa CPI é muito importante. E dois terços dos senadores não vão às urnas, eles têm mais quatro anos de mandato. Ou seja, a maioria não vai disputar eleição”, ressaltou. 

“E temos de acabar com essa mania de achar que em período de eleição, três ou quatro meses antes, a política tem de parar. Os parlamentares continuam recebendo seu salário e tem de trabalhar. Vou participar dessa CPI independentemente de ser membro. Vou trabalhar porque não aceito, como professora que sou, que o dinheiro sagrado da educação, que está faltando para a merenda, que está faltando para colocar computador em sala de aula, que está faltando para dar qualidade de ensino, especialmente no Fundamental 2 e Ensino Médio, vá para o bolso de quem quer que seja.”

Américo Rodrigo

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