A primeira bola fora do governo Rodrigo Pinheiro

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Publicado por Karol Matos
29 de maio de 2022 às 11h45min
Foto: Divulgação

Apesar de garantir que faria uma gestão de renovação baseada no diálogo, o prefeito de Caruaru, Rodrigo Pinheiro (PSDB), deu o primeiro sinal de semelhança com a forma como a ex-prefeita Raquel Lyra (PSDB), de quem ele era vice, vinha tocando o governo municipal.

Ao apagar das luzes, enquanto todos os olhares estavam voltados às tragédias causadas pela chuva no estado, Rodrigo assinou um decreto aumentando a tarifa de ônibus de R$ 3,70 para R$ 4,50, da mesma forma como Raquel fez no ano passado, dando um aumento de R$ 0,40 durante a pandemia, sem qualquer aviso prévio.

A população caruaruense foi pega de surpresa com a notícia revelada ainda no início da tarde de ontem (29), pelo Blog Cenário. A justificativa do município é de que a medida, aprovada em reunião do Conselho Municipal de Trânsito e Transporte (COMUT), levou em consideração o preço dos insumos necessários para a operação de transporte e que o reajuste é previsto por meio do contrato milionário – quase R$ 600 milhões -, firmado em 2015, com prazo máximo de 20 anos.

Essa cláusula de aumento, pelo visto, é a única cumprida com veemência, porque, mesmo após tantos anos, pouco se vê fiscalização do cumprimento das obrigações. A previsão era de que as empresas teriam que manter a renovação da frota, ampliar a oferta de linhas e implantar a bilhetagem eletrônica e o sistema de integração.

O que se vê no dia a dia são veículos velhos, ônibus lotados, atraso no horário das linhas, além da falta de estrutura em pontos que, muitas vezes, nem placa têm mais. Pelo segundo ano consecutivo, faço a pergunta: a quem interessa a proteção ao monopólio formado pelas três empresas que continuarão lucrando cada vez mais, enquanto a conta chega no bolso de quem mais precisa?

Karol Matos

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