Serão votados hoje (29), na sessão da Câmara de Caruaru, os projetos de lei de autoria da prefeita Raquel Lyra (PSDB), que preveem o reajuste dos profissionais do magistério e a reforma administrativa.
Ambas as matérias foram retiradas de votação. A primeira teve uma intensa discussão que envolveu greve e ação judicial. Após as negociações, a categoria aprovou 33,24% de reajuste retroativo a janeiro para os contratados, e 20% a partir de julho, para os 1.107 profissionais efetivos.
Já o segundo propõe o reajuste de 5% para servidores efetivos e contratados. Ele ainda estabelece o reajuste de 14,81% para os conselheiros tutelares, que receberão R$ 4.240,75 após a aprovação, além de criar a função de corregedor na Autarquia de Mobilidade, Trânsito e Transporte de Caruaru (AMTTC), com remuneração mensal de R$ 6 mil.
O problema é que esse projeto tem um “jabuti” que propõe criar 139 novos cargos comissionados na Prefeitura de Caruaru. Essa questão era condenada por alguns vereadores, principalmente os de oposição, que alegavam que o município estaria lhes obrigando a criar “cabides de emprego” em ano eleitoral. Eles pediam que isso fosse separado em outro Projeto de Lei, para ser votado à parte, o que não foi atendido.
Sendo assim, se os parlamentares aprovarem a matéria considerando o reajuste para os servidores públicos, estarão obrigatoriamente dando o aval para que o município contrate 139 novos comissionados. Já se eles reprovarem o projeto por causa disso, provocarão a ira dos servidores públicos municipais, que não terão direito aos seus aumentos. Uma faca de dois gumes que fará com que escolham a opção que menos lhes prejudique, ou seja, a aprovação.
Por se tratarem de propostas financeiras, os projetos precisam ter dois terços de votos “sim” para serem aprovados.