Vereador de Petrolina é preso pela PRF e em seguida é alvo de operação da PF

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Publicado por Karol Matos
16 de fevereiro de 2022 às 10h15min
Foto: Divulgação/Câmara de Petrolina

O vereador de Petrolina, Gaturiano Cigano (União Brasil), foi preso pela Polícia Rodoviária Federal, na madrugada desta quarta-feira (16), após ser abordado na BR-428. No carro que o parlamentar dirigia foram encontradas diversas armas, como fuzil e pistolas, munição e facas. Com ele ainda estavam dois homens, que teriam se identificado como policiais militares. A suspeita da PRF é de que os presos tenham envolvimento com o assassinato de um homem, na tarde de ontem (15), que foi morto dentro da delegacia de Mirandiba.

Paralelo a isso, nas primeiras horas de hoje, Gaturiano também foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal em Pernambuco (MPF-PE). Segundo os órgãos de segurança, o parlamentar tem envolvimento no esquema criminoso e, contra ele, foram cumpridas buscas no seu gabinete da Câmara de Petrolina, e também em sua residência.

Além deste, ainda foram cumpridos outros 34 mandados de busca e apreensão, além de 24 mandados de prisão, realizados em Petrolina, Tabira (PE) e Filadélfia (BA). A “Operação Errantes” apura crimes contra a Previdência Social cometidos por organização criminosa que atua no município de Petrolina e região.

As investigações vêm sendo realizadas ao longo de meses, inclusive com uso de ação controlada, revelaram a existência de organização criminosa extremamente ramificada, com divisão interna de funções, que atua de forma duradoura e estável praticando golpes contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Até o momento, estima-se que o prejuízo aos cofres públicos seja superior a R$ 45 milhões.

Os crimes consistem na obtenção, mediante diversas fraudes, de benefícios assistenciais e previdenciários. Os líderes do esquema auferem os lucros decorrentes dos pagamentos de centenas de benefícios irregulares. Na execução dos crimes, são auxiliados por várias pessoas, recrutadas por eles para atuar como operadores do esquema ou laranjas.

Esses laranjas, na maioria pessoas analfabetas ou com pouca instrução e de idade avançada, são usados para emissão de documentos de identidade falsos, depois utilizados nos requerimentos de benefícios perante o INSS. Os operadores das fraudes viajam por diferentes estados para providenciar as emissões dos documentos de identificação irregulares, como registros gerais (RGs) e certidões de nascimento. Um mesmo laranja chega a ter dezenas de RGs fraudulentos.

De acordo com as apurações, a organização criminosa também movimenta um verdadeiro comércio paralelo de aluguel, venda e permuta de cartões de saques de benefícios irregulares. Em virtude dos ganhos com os crimes, os líderes da organização criminosa possuem patrimônio elevado, cujos bens de alto valor são registrados em nome de terceiros, e ainda praticam outras atividades ilícitas, a exemplo de agiotagem, como forma de alavancar os ganhos.

Karol Matos

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