Incomodado com a demora do anúncio de quem será o candidato da Frente Popular que vai concorrer ao Governo de Pernambuco e também com a falta de um gesto mais incisivo de apoio do PSB nacional ao ex-presidente Lula, o senador Humberto Costa (PT) afirmou em entrevista à Rádio Jornal Caruaru que “tudo é possível”, em relação ao Partido dos Trabalhadores reaver sua pré-candidatura ao Palácio do Campo das Princesas. Ainda em dezembro, o Diretório Estadual do PT aprovou, por ampla maioria, o nome de Humberto para a disputa. Em janeiro, contratou um instituto de pesquisa para medir o potencial de voto de algumas lideranças petistas, onde Humberto liderava com folga em todos os cenários, mas na semana passada retirou sua pré-candidatura “num gesto político” ao PSB.

“O principal fator do entendimento aqui em Pernambuco se deveu ao compromisso do PSB em apoiar a candidatura de Lula. Hoje mesmo ou amanhã, o governador do Espírito Santo estará recebendo o ex-ministro Sergio Moro, que é candidato a presidente da República. O candidato do PSB em São Paulo diz que vai abrir o palanque dele para o Ciro Gomes. Lógico que essas coisas forem se sucedendo, se não houver um apoio à candidatura de Lula, nós teremos que discutir o que fazer, mas eu espero que o PSB de Pernambuco seja rápido, resolva essa questão e cumpra sua parte no compromisso, que é garantir o apoio formal do PSB nacional à candidatura de Lula. Se isso não acontecer, aí tudo é possível. Não tenha dúvida de que tudo é possível”, garantiu.

Ainda durante a entrevista, Humberto Costa falou sobre a possibilidade de uma federação partidária entre PT, PSB, PCdoB e PV. Ontem foi realizada uma reunião entre as principais lideranças desses partidos e, apesar de alguns avanços, ainda não houve um entendimento de como será essa união entre as legendas.

“A impressão que eu tenho é que há pessoas no PSB que querem um pretexto para evitar a concretização da federação. Todo dia é uma exigência, todo dia é uma questão diferente. Esse é um problema”, reclamou Humberto.