Renata Abreu sugere que STF ameaça candidatura de Moro

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Publicado por Karol Matos
1 de fevereiro de 2022 às 17h45min
Foto: Robert Alves

Em um jantar com empresários, na noite desta segunda-feira (31), a presidente do Podemos, deputada Renata Abreu, afirmou, segundo o Metrópoles, que ministros do STF participam de uma mobilização para ameaçar a candidatura de Sergio Moro à presidência.

“Eu estou trabalhando muito nas alianças, sabendo que não é fácil. Não é por incompetência. É porque existe uma mobilização de ex-presidente, do atual presidente e do STF, que ameaça mesmo (a candidatura)”, disse Renata Abreu.

Ainda em dezembro, um ministro do STF procurou alguns dos envolvidos nas negociações entre o União Brasil e o Podemos para apresentar fortes argumentos contrários à chapa. O ministro em questão teria conversado diretamente com a cúpula do futuro União Brasil.

A deputada admitiu que conversou com o líder do futuro partido, Luciano Bivar, para discutir a ida de Moro à sigla, mas voltou atrás e abdicou da ideia por não ter sentido segurança de que haverá, de fato, apoio a Moro.

Você não sabe o que vai acontecer numa convenção. Se tem um ministro do Supremo que liga para aquele cara (integrantes do União Brasil) e diz que precisa do seu voto contrário”, disse.

Após o discurso vir à tona, o Grupo Prerrogativas, constituído por advogados críticos da Lava Jato, defendeu nesta terça-feira (1º) que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) abra um inquérito para apurar a denúncia feita por Renata Abreu.

“Essas denúncias são gravíssimas e precisam ser imediatamente apuradas. O Grupo Prerrogativas sugere que seja instaurado um inquérito no bojo do próprio TSE, com acompanhamento da Polícia Federal, para apurar os fatos e as eventuais responsabilidades. Se as denúncias forem verdadeiras, o que não acreditamos, estamos diante de um crime contra a ordem democrática, um crime contra as eleições, o que é gravíssimo num regime democrático e num estado de direito”, disse Marco Aurélio de Carvalho, coordenador-geral do Prerrogativas.

Marco ainda reforçou que não acredita que as denúncias tenham fundamento. “Ao que parece, isso é uma estratégia que revela o desespero do ex-juiz Sergio Moro, que patina nas pesquisas e para viabilizar a tal da terceira via”, declarou. “Se for o caso, aqueles que sugeriram o cometimento dos delitos precisarão responder, porque estaríamos diante de um tipo penal que é muito assemelhado à denunciação caluniosa”, finalizou o advogado.

Karol Matos

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