Projetos sobre profissionais da educação geram debates na Câmara de Caruaru

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Publicado por Karol Matos
30 de dezembro de 2021 às 10h00min
Foto: Vladimir Barreto

A Câmara Municipal de Caruaru aprovou por unanimidade, em sessão extraordinária, nesta quarta-feira (29), dois projetos enviados pela prefeita Raquel Lyra (PSDB) que são voltados aos profissionais da educação.

A vereadora Perpétua Dantas (PSDB), que tem atuado junto à categoria, foi a primeira a discutir as matérias durante as votações. Ela criticou que os profissionais da educação não foram consultados para a construção dos projetos, mas que de qualquer forma o envio das matérias é louvável. Perpétua ainda ressaltou que o governo municipal “saiu da zona de conforto”, somente porque houve provocação por parte dos professores que realizaram protestos.

“Chega o projeto ao apagar das luzes, como todos que chegaram sobre a educação, em regime de urgência e aí a gente não pode pedir vistas. Eu sei que é regimental, aqui eu não estou questionando o regimento, eu estou questionando a possibilidade de construção coletiva. Posso fazer uma emenda? Também não posso. Se fizesse seria derrubada, mas não posso por conta do regime de urgência também. Então, é um monólogo”, disse a parlamentar.

Já na justificativa dos votos, diversos parlamentares se manifestaram, entre eles Aline Nascimento (Cidadania), que fez um registro sobre a ausência dos secretários escolares no projeto de aumento salarial. “Os secretários, que ainda não vão ser beneficiados, mas a gente ‘tá’ na luta, é compromisso e a gente segue discutindo sim”, disse. Já Leonardo Chaves (PSDB) categorizou a divisão como injusta, dizendo que as escolas são compostas por um tripé importante formado por gestores, coordenadores e secretários. Os últimos que, muitas vezes, substituem professores em sala de aula.

Anderson Correia (PP), por sua vez, foi no sentido de defender o governo municipal, citando que essa não é a primeira vez que há ações voltadas para a educação sendo votadas na Casa, mostrando dados de 2017. A discussão ainda prosseguiu entre os outros vereadores como Mano do Som (DEM), Nelson Diniz (Cidadania) e Cabo Cardoso (PP).

O presidente da Comissão de Educação e Esportes, Jorge Quintino (PTB) disse que sempre esteve à disposição dos profissionais da educação.

“Nós temos uma comissão composta por mim, pelo vereador Ricardo Liberato e pelo vereador Nelson. Nós sempre estivemos abertos aqui ao diálogo com todos os conselhos que a qualquer tempo chamam ao diálogo, ou qualquer professor que assim deseje, como fomos dialogar com alguns. Conversamos várias vezes com a secretária de administração, Ana Maraíza, com o secretário João Paulo, de Educação, e avançamos no possível. Digo que é avanço, não individual, é um avanço coletivo”, afirmou Quintino.

No final das duas votações, o presidente da Casa, Bruno Lambreta (PSDB), fez questão de dizer que vai continuar em busca de melhorias para a categoria.

“A participação de todos e todas é importante. Claro que o movimento foi importante. Quantos aqui não receberam ligações de professoras e professores que, por alguma razão não puderam estar no movimento, mas que nos procuraram? Agora, a discussão sobre o piso, vai permanecer. A Lei Complementar [nº173] caiu, o valor do piso está sendo discutido, a própria construção do PCC, eu acho que precisa ser amadurecida, precisa ser debatida”, disse ele, ainda dando uma alfinetada: “o que a gente pede é que também a coerência exista. Que quem está, muitas vezes do lado de lá, tenha a informação certa, não vá mexer com a emoção das pessoas para ter algum tipo de ganho. Diga a verdade. A verdade, ela sempre vai prevalecer”, finalizou.

Karol Matos

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