Prefeito de Arcoverde quer reduzir benefícios de efetivos para criar 69 cargos comissionados

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Publicado por Karol Matos
27 de dezembro de 2021 às 07h00min
Foto: Divulgação

O prefeito de Arcoverde, Wellington da LW (MDB), enviou um pacote de projetos de fim de ano para a Câmara Municipal. Um deles, em específico, é o que mais tem levantado polêmica na cidade. Trata-se do Projeto de Lei Complementar 15/2021. De acordo com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Arcoverde, a proposta cria 69 novos cargos comissionados e aumenta os salários de todos os contratados.

Ainda conforme o sindicato, os dados coletados no Portal da Transparência apontam que atualmente existem 154 funcionários, entre comissionados e secretariados, que custam mensalmente R$ 400.696,78 aos cofres públicos. Com a aprovação do Projeto de Lei Complementar, serão 223 cargos que custarão um total de R$ 721,5 mil. Entretanto, para arcar com parte das novas despesas, serão retiradas dos efetivos as gratificações de desempenho e adicionais de insalubridade. A redução será de R$ 101 mil, mas, em compensação, o aumento nas folhas de pagamento será de R$ 320.803,22.

“Isso tudo sem considerar que ainda não estão definidos os novos valores de secretários, prefeito e vice. Tenho um colega que estava se preparando para ter seu primeiro filho. Ele recebe hoje R$ 3.300 e estava na expectativa de receber R$ 3.633 com o reajuste do salário mínimo que ocorre na virada do ano. Vai receber a partir de janeiro, R$ 1.300. Mas, para compensar essa perda, entregaram a ele uma sacolinha verde com uma caneca e um panetone”, disse Caio Magalhães, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Arcoverde.

Haverá uma sessão extraordinária nesta segunda-feira (27), na Câmara Municipal de Arcoverde, e há possibilidade de que a matéria seja votada ainda hoje. Dos dez parlamentares que compõem a Casa James Pacheco, sete são da base do prefeito Wellington da LW, o que facilita que o PL seja aprovado com folga. O vice, Delegado Israel (PP), que há alguns meses rompeu com o prefeito, tenta convencer os vereadores de votarem contra a proposta.

“Sonhamos que o nosso Legislativo exerça seu papel, defender o interesse público, não funcionar como uma sucursal da administração municipal. Que o espírito natalino ilumine nossos vereadores para evitar essa tragédia na vida dos servidores que estarão acompanhando a votação”, finalizou o presidente do sindicato.

Karol Matos

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