Irmãos Ferreira Gomes são alvos da Polícia Federal

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Publicado por Karol Matos
15 de dezembro de 2021 às 09h23min
Foto: Reprodução

Os irmãos Ciro e Cid Gomes estão sendo alvo de uma operação da Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (15), contra um esquema de fraudes, exigências e pagamentos de propinas a agentes políticos e servidores públicos decorrentes de procedimento de licitação para obras no estádio Castelão, em Fortaleza (CE), entre 2010 e 2013. A informação foi revelada pelo blog Radar, da Veja.

No documento, a PF cita como integrantes de uma “associação criminosa” o presidenciável do PDT, Ciro Gomes, e seus irmãos, o senador e ex-governador do Ceará, Cid Gomes, e o secretário de Infraestrutura do Ceará, Lúcio Ferreira Gomes, além de outros três “agentes públicos”.

Estão sendo cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em diversos estados, como o Ceará, Minas Gerais, São Paulo e o Maranhão, para apreender mídias digitais, aparelhos celulares e documentos. “As investigações tiveram início no ano de 2017, sendo identificados indícios de esquema criminoso envolvendo pagamentos de propinas para que uma empresa obtivesse êxito no processo licitatório da Arena Castelão e, posteriormente, na fase de execução contratual, recebesse valores devidos pelo Governo do Estado do Ceará ao longo da execução da obra de reforma, ampliação, adequação, operação e manutenção do Estádio Castelão. Apurou-se indícios de pagamentos de 11 milhões de reais em propinas diretamente em dinheiro ou disfarçadas de doações eleitorais, com emissões de notas fiscais fraudulentas por empresas fantasmas”, diz a PF.

Na decisão que autorizou o cumprimento dos mandados, o juiz Danilo Dias Vasconcelos de Almeida detalha como funcionava o pagamento de propina.

“Os empresários (da Galvão Engenharia) realizaram/promoveram pagamentos sistemáticos de propinas, muitas vezes disfarçadas de doações eleitorais, ao então Governador do Estado do Ceará, Cid Ferreira Gomes, e a seus irmãos Ciro Ferreira Gomes e Lúcio Ferreira Gomes, para viabilizar/agilizar pagamentos de obras e serviços de engenharia contratados pelo Governo do Estado do Ceará com a empresa, bem como, previamente, para garantir a vitória da Construtora nos correlatos procedimentos licitatórios, mediante o pagamento de propinas aos advogados que ocuparam sucessivamente o cargo de Procurador Geral do Estado do Ceará — PGE à época dos fatos, Fernando Antônio Oliveira e José Leite Jucá Filho, tendo ambos funcionado no certame licitatório da Arena Castelão, figurando seguidamente como presidentes da Comissão Central de Concorrências do Estado do Ceará onde tramitou o certame”, registra a decisão.

Karol Matos

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