O ato de filiação do ex-juiz Sergio Moro ao Podemos, que aconteceu nesta quarta-feira (10), foi marcado por diversos fatos. Como já esperado, em seu discurso, ele fez críticas indiretas a Lula e Bolsonaro e defendeu o legado da Lava Jato no combate à corrupção. Ele enfatizou que nunca foi político e justificou seu ingresso no Ministério da Justiça, em 2018.

“Era um momento que exigia mudança. Como juiz da Lava Jato, me sentia no dever de ajudar. Havia pelo menos uma chance de dar certo e eu não podia me omitir: aceitei o convite e ingressei no governo”, disse.

Enquanto esteve no cargo, ele disse que precisava do apoio do governo, mas isto lhe teria sido negado. “É mentira dizer que acabou a corrupção quando enfraqueceram as ferramentas para combatê-la”, afirmou Moro.

Apesar de ter sua pré-candidatura à presidência defendida pelo senador Álvaro Dias (Podemos), Moro evitou nomear o cargo no qual pretende concorrer. Entre os nomes do Podemos, como o próprio Álvaro e a deputada federal Renata Abreu, que dirige a sigla nacionalmente estiveram presentes no evento. 

Diversos ex-bolsonaristas também participaram, como os ex-ministros da saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), e da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto dos Santos Cruz, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), os deputados federais Joice Hasselmann (PSDB-SP) Luis Miranda (DEM-DF) e Kim Kataguiri (DEM-SP), além do empresário Paulo Marinho, que era aliado do presidente, é suplente do senador Flávio Bolsonaro (Patri), mas se tornou inimigo público do governo.

Tudo corria bem, o discurso de pouco mais de meia-hora teve diversas manifestações de apoio, até que no fim, quando Moro se preparava para fotografar ao lado de senadores e deputados, um homem não identificado, que estava na plateia, jogou uma moeda no palco e o chamou de “traidor”. Ele foi expulso e Moro olhou para a moeda, mas agiu com indiferença ao ocorrido.